tag:blogger.com,1999:blog-40953699252663835342024-02-19T03:33:53.798-08:00No princípio era o VerboViniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.comBlogger54125tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-84544041076097293052019-12-26T07:40:00.003-08:002019-12-26T07:41:14.759-08:00Resenha: Igreja: agente de transformação.<span style="font-family: "times new roman", serif; text-align: justify;">CAPÍTULO 1. UMA ECLESIOLOGIA PARA A MISSÃO INTEGRAL.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Para
Padilha, para a igreja fazer realmente missão integral ela deve reunir certos
requisitos ou “...condições que a capacitem para a prática da missão integral”
(p. 44). Não que haja uma igreja perfeita, pois ele mesmo admite que seriam
inviáveis, nem existe uma fórmula ou estratégia que transforme a igreja da
noite pro dia num agente de transformação, mas que essas igrejas que causam
impacto têm em seu DNA algumas características. E aqui vai um comentário, pelo
fato de o autor fazer menção dessas características, isso quer dizer que há
igrejas que, segundo ele, não estão cumprindo com o papel de ser “sal da terá”
e “luz do mundo”, ou seja, estão fazendo o trabalho pela metade. Mas segundo
Padilha, as características dessa igreja que pratica a missão integral são as
seguintes: (1) o compromisso com Jesus Cristo como Senhor de tudo e de todos; (2)
o discipulado cristão como um estilo de vida missionário; (3) a visão da Igreja
como a comunidade que confessa a Jesus Cristo como Senhor e (4) os dons e
ministérios como meios que o Espírito utiliza para capacitar a igreja e todos
os membros para o cumprimento de sua vocação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><b>Jesus
histórico x Jesus ressurreto</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">“A
missão da igreja, portanto, não pode se limitar a proclamar uma mensagem de ‘salvação
da alma’: sua missão é ‘fazer discípulos’ que aprendam a obedecer ao Senhor em
todas as circunstâncias da vida diária, tanto privadamente como em público,
tanto no pessoal como no social, tanto no espiritual como no material.” (p. 52).
Padilha faz uma crítica ao evangelho pregado atualmente, segundo ele, prega-se
exclusivamente o Cristo ressurreto e esquecem do Jesus histórico. A diferença pode
não parecer muito clara, falando nesses termos simplificados, mas basicamente a
diferença é esta: o Jesus histórico (antes de sua morte e ressurreição)
alimentava os famintos, curava os enfermos e libertava os cativos e o Jesus ressurreto
pregava o reino de Deus. Então quando ele fala que pregam o Jesus ressurreto,
só falam da salvação – e ele deixa claro que ele não quer dizer com isso que a
salvação fica em segundo plano – sem se preocupar com o lado social; a situação
em que a pessoa a quem o evangelho está sendo pregado está (talvez esteja em
condições sub-humanas).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Ao
fazer um breve comentário sobre a Teologia da Libertação ele descreve que “uma
das características mais dignas de louvor da teologia da latino-americana da
libertação foi a sua ênfase no Jesus histórico como paradigma da missão da
igreja.” (p. 57), mas faz as ressalvas necessárias em relação à opção pelo
comunismo marxista pelos teólogos da libertação – alguns teólogos protestantes
mais conservadores também tentam enquadrar os teólogos da TMI como marxistas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Tenho
uma dificuldade em entender a parte na qual ele fala da “igreja e a cruz de
Jesus”, onde ele fala muito sobre sofrimento. Ele escreve que “o sofrimento
seria parte constitutiva da missão dos discípulos, como o foi na missão de seu
Senhor.” (p. 58). Não ficou claro para mim o que vem a ser esse sofrimento. Ao comentar
sobre 2 Co 5:18-19 ele diz que “o exercício do ‘ministério da reconciliação’,
sem dúvida, tem um custo tanto em termos de entrega sacrificial pelos demais
[...] como em termos de sofrimento por causa do evangelho.” (p. 58). Novamente aqui
não vejo clareza por parte do autor. Dá margem para diversas interpretações.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="height: 0px;">
x</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-5204427224323497892019-11-16T13:52:00.002-08:002019-11-20T07:49:12.525-08:00Resenha: Idade Mídia Evangélica no Brasil<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">MORAES, Gerson Leite. <b>Idade mídia evangélica no Brasil</b>. São Paulo, Fonte Editorial, 2010.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O livro ora resenhado foi escrito com o intuito de analisar o poder midiático da igreja evangélica Igreja Internacional da Graça de Deus liderada pelo Missionário R.R Soares e a relação da igreja, na figura do missionário, com a política. O autor faz um apanhado histórico da mídia e seu desenvolvimento e como isso influenciou a sociedade ao longo dos anos e como ela continua a exercer forte influência na sociedade hodierna. Hoje não se pode falar em modernidade sem falar em mídia e muito menos se pode falar em modernidade sem falar em religiosidade e autor nos mostra como a mídia esteve vinculada aos interesses religiosos. Fato é que a mídia, em sua forma impressa, que “Em 1501 o Papa Alexandre VI tentou estabelecer um sistema de censura mais rigoroso e abrangente, proibindo a publicação de qualquer livro sem a autorização do poder eclesiástico [...]” (p. 27) e a preocupação aqui era a disseminação de conhecimento que seria contra os interesses da ICAR, mas o que fica evidente aqui é o poder de atuação da mídia que pode ser usada para diversos fins – tanto para o bem quanto para o mal, como manipulação de informação, ou o que conhecemos hodiernamente como fake news – evidenciado pela tentativa de exercer um controle sobre ela. Toda essa introdução sobre a importância da mídia e o seu poder nos serve de subsídio para poder entender a tese principal do autor que é a de analisar o porquê do interesse na mídia e seus meios, o que a IIGD fez para chegar onde chegou e o que está fazendo para se manter e aumentar o seu poderio midiático.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="white-space: pre;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="white-space: pre;"> </span>Sendo a mídia uma peça fundamental para a ampliação e manutenção do poder no campo político, o autor defende que após a quebra do monopólio de concessões de rádio e TV em 1988, houve um significativo aumento no interesse dos evangélicos pela política, e o autor buscou também traçar um breve histórico da utilização das mídias de rádio e TV pelos evangélicos. Começando na década de quarenta, a Igreja Adventista foi a pioneira no uso o rádio, mas quem realmente ganhou tração e melhor aproveitou essa mídia foi o grupo pentecostal. Em 1951 desembarca no Brasil a Igreja do Evangelho Quadrangular que traz toda uma experiência que já é comum nos Estados Unidos, o uso do rádio, e a partir daí outras igrejas crescem usando esse meio e aproveitando bem a situação socioeconômica que estava transformando o Brasil na década de cinquenta. É também mérito da Igreja Adventista o uso da TV no meio evangélico, e outras igrejas pegaram carona nessa onda. Mas foi no final da década de setenta e início dos anos oitenta que os televangelistas passaram a investir em candidaturas políticas e um dos motivos desse interesse na política e principalmente pelo poder Legislativo, o autor escreve, “pode ser explicado porque a Constituição de 1988, no seu parágrafo 1º do Artigo 223, estendeu ao Congresso Nacional o poder de outorgar e também renovar concessões de rádio e televisão.” Fica claro aqui a real intenção do envolvimento dos evangélicos na política, isso é evidenciado, segundo o autor, pelo envolvimento desses parlamentares em comissões estratégicas como a CCTCI que é a comissão responsável pelas questões de outorga e renovação. Esse fato pode ser comprovado por dados; em 2004 o número de deputados da chamada Bancada Evangélica que eram titulares na CCTCI era de cinco deputados, no ano de 2004 esse número saltou para dez, o que nos mostra claramente qual é a verdadeira agenda evangélica na política, o autor deixa isso muito claro quando escreve: “lutar por concessões de rádio ou de televisão é uma questão tão estratégica quanto tentar converter novos fiéis para aumentar seus rebanhos.” (p. 57) É um ciclo, conseguir as concessões para aumentar seu poder midiático para ter mais penetração, atingir maior número de fiéis o que consequentemente aumentará o rebanho e esse rebanho servirá para perpetuar o poder da Igreja pois eles são facilmente convencidos a votar nos candidatos indicados pelos líderes religiosos pelo discurso maniqueísta comumente empregado na hora de pedir votos para os candidatos dos líderes evangélicos, e no caso do livro em específico o líder da IIGD.<span style="white-space: pre;"> </span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Para analisar o tema proposto no livro, o autor além de fazer um apanhado histórico sobre o uso da mídia e sua influência em diversas áreas ao longo do tempo, como por exemplo sendo de suma importância para a Reforma Protestante, o autor também buscou analisar o passado do Missionário R.R Soares e também fez uso de diversos conceitos teóricos do campo da Sociologia como os conceitos de habitus, campo, agentes religiosos (sacerdote, profeta, mago), teoria da escolha racional etc. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">No capítulo um, após fazer uma breve introdução sobre o surgimento da mídia impressa, iniciando com a fabricação do papel na China no séc. II, a chegada dessa tecnologia na Europa, até o desenvolvimento da impressão por tipagem por volta do século VIII e as consequentes melhorias nos séculos seguintes, o autor prepara o terreno para o melhor entendimento do leitor sobre a influência dessa tecnologia na sociedade ao longo dos anos e como isso nos ajuda a entender essa relação da mídia com os evangélicos e a política. No princípio, os evangélicos não se preocupavam com assuntos de política mas percebendo a força que a mídia tem para alcançar um número maior de pessoas e a forma como conseguir acesso às mídias, os evangélicos começaram a entrar na política. Em 1988 a constituição estendeu ao Congresso Nacional o poder de outorgar e renovar concessões de rádio e TV e foi então aí que as igrejas evangélicas tomaram gosto pela política, tendo representantes no Congresso Nacional para lutar por concessões de rádio e de TV e levando em consideração o número crescente de evangélicos no Brasil, voto não faltaria e a estratégia usada pelos políticos evangélicos ou os apoiados pelas grandes igrejas é o discurso maniqueísta, que fica evidente na fala do missionário R.R Soares como relatado pelo autor na página 63, onde ele descreve uma fala do missionário em um evento da igreja IIGD em Campinas. Na ocasião o missionário diz que “contava com as orações dos irmãos para enfrentar uma série de provações que estavam levantando-se contra a RIT. Para enfrentar essas provações precisava que os fiéis apoiassem os candidatos [...]” (p. 63). Aqui fica claro o uso da tática do religioso que é fazer com que os fiéis – que conhecem bem os jargões evangélicos – acreditem que há uma batalha a ser travada e que é necessário ter representantes evangélicos no Congresso para frear essas investidas do “inimigo”. E em outra ocasião, registrada no livro, o autor nos apresenta um trecho de uma fala do R.R Soares, quando ele está negociando com um de seus representantes na política e ele fala como vai fazer para convencer os fiéis a votarem no político, ele diz “[...] Eu digo é de Jesus, é de Jesus...”. (p. 62). Novamente o velho discurso maniqueísta. E como sabemos qual a real intenção dos evangélicos na política? O autor fez um minucioso estudo sobre a atuação dos deputados evangélicos na Câmara dos Deputados e encontrou um padrão. Como já descrevi, a partir da Constituição de 1988, o Congresso passou a outorgar concessões de rádio e TV e a comissão responsável por essas concessões é a CCTCI. Interessante notar o aumento no interesse dos políticos evangélicos nessa comissão em particular. Em 2003, o número de titulares dessa comissão era de 51, destes 5 eram da chamada Bancada Evangélica. Em 2006, o número de deputados da Bancada Evangélica saltou para 10 membros titulares. E para corroborar com essa tese, temos algo bastante interessante em um registro da secretária do deputado Jorge Tadeu, quando ela diz “Ele [R.R. Soares] tem muito interesse em questões ligadas à sua TV e suas rádios”. (p. 66) O trecho foi retirado de uma entrevista com a secretária. Ao analisar as atividades do deputado Jorge Tadeu, o autor à princípio não encontrou indícios de participação deste na CCTCI, que é o órgão que trata destas questões, mas na entrevista com a secretária ficou evidente que o R.R Soares utilizava a influência do deputado com ministros afim de “desemperrar alguns processos sobre rádios pertencentes ao Missionário [...]” (p. 65) e em troca, o deputado ganhava exposição ao ser levado pelo missionário a grandes eventos da igreja e até aparições no Programa Show da Fé, exibido em horário nobre. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">No capítulo dois, após um breve relato da infância pobre de Romildo na pequena cidade Muniz Freire no Espírito Santo, sua conversão e mudança para o Rio em 1964, chegamos na parte onde é relatado um novo encontro religioso – o autor descreve que R.R Soares encontrava-se frio na fé nessa época - que Romildo teve numa igreja que influenciará suas práticas religiosas futuras. A igreja em questão é uma igreja pentecostal liderada por um bispo canadense e onde há práticas de exorcismos, o que é algo novo para Romildo, já que ele vem de uma tradição reformada. É nesse ano também que Romildo tem contato com a literatura que marcará seu ministério, a teologia da prosperidade. Após seis anos na Igreja Nova Vida do bispo canadense McAslister, Romildo, já casado, sai desta igreja juntamente com seu cunhado Edir Macedo e vai para outra igreja, desta outra igreja ele novamente junto com seu cunhado saem e abrem aquela que ficou conhecida como Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Após conflitos internos, Romildo se desliga da IURD e funda a Igreja Internacional da Graça de Deus, e aproveitando esse contexto é interessante já introduzirmos alguns conceitos teóricos usados pelo autor para analisar essa problemática. O autor introduz o conceito de agentes religiosos – uma tipologia weberiana que foi usada por Bordieu -, que são: sacerdote, profeta e mago. “O sacerdote é o agente da continuidade da burocracia religiosa [...]”, o profeta é “[...] agente da descontinuidade, que, em momentos de crise, portanto, em situações extraordinárias, produzirá [..] uma nova concepção religiosa.” E aqui eu gostaria já de ligar esse conceito às ações de Romildo que juntamente com Edir Macedo saíram da Vida Nova para uma outra Igreja e depois desta para formar a igreja deles para em seguida romper com Macedo e abrir a sua própria igreja, uma ação tipicamente de profeta, ou seja, essa característica de rompimento para a criação de um novo movimento. Após a criação deste novo movimento, a figura do profeta dá lugar à do Sacerdote, o agente da continuidade e nesta nova fase R.R Soares busca estabelecer a ordem e “[...] perenizar um sistema de crenças e ritos sagrados.” (p. 102). E somente para efeito de elucidação, já que também mencionei esse agente, o Mago é definido como “o agente religioso prestador de serviços sagrados que atua de forma autônoma [...]” e este é geralmente combatido tanto pelo Profeta quanto pelo Sacerdote. E agora eu quero mencionar o importante conceito tratado no livro que é o conceito de campo, que é definido como “[...] um espaço de relações entre grupos com distintos posicionamentos sociais, espaço de disputa e jogo de poder.” (p. 64) e a importância desse conceito para a análise da problemática é o fato de que o campo religioso é marcado por contendas e disputas entre os atores que compõem o campo religioso, ou seja, há uma rivalidade entre as igrejas na disputa pelos leigos, aqueles interessados nos bens de salvação administrados pelas igrejas. E nessa corrida, ganha quem tem mais capital religioso e para conseguir mais capital religioso é necessário usar meios para atingir esses leigos de forma mais eficaz. É aí que entra os meios de comunicação, principalmente o rádio e TV.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">No capítulo três é analisado as mídias da IIGD, sua expansão para um conglomerado que abrange diversas mídias (rádio, tv e revistas e jornais impressos) e o projeto do missionário em construir uma rede de televisão que propague os valores evangélicos para “[...] livrar os evangélicos e futuros evangélicos das garras do mal.” (p. 139). Com esse discurso maniqueísta, R.R Soares busca ser uma opção ao conteúdo secular que é oferecido por outras emissoras e dentro de seu grupo midiático e aqui mais especificamente nos programas da RIT, há uma gama de programas que visam atender às expectativas de diferentes grupos. No programa Curso da Fé, o objetivo é “[...] ajudar as pessoas a compreender este assunto que para muitos é mistério – o ministério da fé.” (p. 146) e nesse programa o próprio missionário é o apresentador, ele faz exposições bíblicas mas usa uma linguagem muito simplista e tende a espiritualizar tudo, mas isso é devido ao seu público, composto em sua maioria (80%) por pessoas das classes C,D,E com baixo capital cultural. O autor faz uma comparação com as igrejas históricas que procuram promover estudos mais aprofundados, o missionário traz mensagens simplistas para atingir seu público, que de outra forma não compreenderia. Outro programa analisado foi o CLIPT RIT, “Um programa para quem curte música e vídeo clipes de qualidade.” (p. 150). Foi identificado um conteúdo apelativo que “[...] busca dramatizar situações do cotidiano, como alguém passando dificuldade no trabalho, [...] na vida familiar [...] bem como a mudança imediata após ler a Bíblia ou ir a uma igreja [...]” (p. 150) e, de acordo com o autor, “Essa dramatização de situações, aproximam os receptores da mensagem e os conduzem aos bens de salvação distribuídos pela agência de salvação, no caso a IIGD [...]” (p. 151). Na análise do programa Show da Fé – o que tornou a IIGD muito conhecida pela população brasileira – nota-se uma ênfase na supervalorização do testemunho e em decorrência disso o autor buscou entender como o testemunho dá credibilidade à oferta religiosa. Para responder essa questão, o autor aplicou a teoria da escolha relacional usando o axioma 2 da teoria da religião de Stark e Bainbridge, ele escreve “[a] teoria da escolha racional diz que os seres humanos buscam o que percebem ser recompensas e evitam o que percebem ser custos.” (p. 173), ou seja, tentando resumir o argumento da análise do autor de todos os axiomas citados no livro, o ser humano este em uma constante busca pela resolução de seus problemas mas ao mesmo tempo ele não quer perder tempo com tentativas, então aquilo que para ele parece ser um método testado – e isso é atestado através do testemunho – faz com que ele se convença da eficácia daquele método, e como aqui estamos falando dos bens de salvação administrados pela IIGD, ele acaba virando um “cliente”, e é esse o objetivo da IIGD, com todo seu discurso maniqueísta, atrair expectadores para suas programações, prendê-los nessas programações e expô-los aos produtos ali oferecidos, como ficou evidente no caso do CLIP RIT. Fica evidente aqui uma segunda agenda por trás do discurso de “defesa da família” ou de ser uma alternativa ao conteúdo destrutivo das emissores seculares, que é o objetivo de aumentar ainda mais seu poderio midiático, cativar essas pessoas e torna-la clientes.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">No capítulo quarto e último do livro, o autor buscou analisar a influência do poder midiático da IIGD sobre outros grupos religiosos e em especial sobre os presbiterianos. Para isso o autor fez uma pesquisa de campo com um número pequeno de presbiterianos do interior do estado de São Paulo, por ser um número de amostragem pequeno, o autor deixa claro que não tem pretensões de estabelecer um padrão estatístico, tão somente quis analisar algumas marcas da força de penetração midiática da IIGD. Analisando os dados dos entrevistados, o autor percebeu que a estratégia do missionário tem surtido efeito pois ele conseguiu penetrar e atingir até o público das igrejas históricas, quando perguntado, cerca de 40% dos entrevistados disseram que assistiam o programa Show da Fé pelo menos uma vez por semana e do total dos entrevistados (entre os que assistiam apenas uma vez até os que assistiam mais vezes) 17,5% dos entrevistados disseram que já chegaram a assistir a alguma programação da RIT TV, que não é conhecida como a Band TV, canal que veicula o programa Show da Fé. Entre outros dados, fica claro de que a estratégia do missionário e o seu estilo mais palatável – muito diferente do estilo polêmico do Edir Macedo - atinge a um público que parece não perceber as diferenças teológicas entre sua denominação e aquela do missionário. Vale ressaltar também que 10% dos entrevistados já compraram produtos oferecidos durante a programação e 72,5% disseram que comprariam algum produto anunciado, mostrando que não há um preconceito denominacional, ponto para a estratégia do R.R Soares. Caminhando já para o final do livro duas coisas que chama a atenção é o conceito de dupla pertença e a questão da criação de uma identidade “evangélica”. A dupla pertença é a ideia de um indivíduo que está ligado formalmente à uma instituição através de batismo, profissão pública da fé e devoção de seu tempo às atividades da igreja, mas que busca complementar isso assistindo, por exemplo, a cultos na TV ou no rádio mesmo que seja de outras denominações ou igrejas. Falando em denominações, o autor pôde perceber que 82,5% dos entrevistados são alheios às reduções denominacionais e 80% podiam perceber diferenças em questões doutrinárias do R.R Soares mas não sabiam dizer quais. E isso nos leva ao segundo ponto que é a identidade evangélica. Entre os pastores e teólogos há claras distinções teológicas entre as diversas denominações, mas entre os fiéis isso não fica muito claro. Há certamente uma diferença entre o católico e o não católico e para preencher esse vácuo, em nome de uma identidade nacional, adotou-se o termo “evangélico” que abarca todos esses grupos, que apesar das diferenças teológicas, que de alguma forma têm um pouco da herança da reforma protestante. Interessante notar é que essa identidade evangélica é o que possibilita a sobrevivência tanto do R.R Soares quanto de outros players no mercado religioso evangélico no Brasil. E por último, o missionário R.R Soares como todo seu carisma, prédica monótona e “clean” tornou-se palatável para o público evangélico, seja ele histórico ou não e seu sucesso acabou influenciando outros televangelistas que copiaram seu modelo e um bom exemplo é o Valdomiro Santiago, que, apesar de ter vindo da IURD, adoto o estilo “Soares” de fazer televisão.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Como vimos ao longo dos quatro capítulos deste livro, o autor tratou de traçar as origens da mídia e as influências que a mídia exerceu ao longo dos séculos e como esta vêm sendo usada hoje no meio evangélico como uma ferramenta de expansão e perpetuação de poder. É inegável hoje que grupos evangélicos exercem grande influência na política nacional e isso se deve ao poder midiático que esses grupos conseguiram ao longo dos anos através do envolvimento na política com base na barganha. O autor desmitificou o discurso comumente utilizado pelos líderes religiosos para angariar votos, como o discurso maniqueísta de uma batalha travada pelas hostes do mau contra os valores da família e contra o povo de Deus, quando na realidade, uma vez no poder, a atuação dos políticos que têm ligação com estas igrejas é totalmente voltada para os interesses desses líderes religiosos.</span></div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-40198948419319372912019-10-20T16:44:00.001-07:002019-10-20T16:44:11.532-07:00Amar também é servir<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O tema de mensagens desse mês na
igreja que congrego é: Bacia e Toalha, e se propõe a falar sobre servir o
próximo. Bacia e toalha nos remete ao relato escrito no livro de João no
capítulo 13 onde o nosso Senhor Jesus lava os pés dos discípulos num ato de
humildade, pois ele como Senhor estava se submetendo àquele trabalho. Naquela época
era algo comum lavar os pés daqueles que estavam em sua casa, o senhor da casa
designava um servo para lavar os pés dos convidados. É bom lembrar que naquela
época não tinham estradas nem muito menos veículos como temos hoje e as pessoas
caminhavam muito e como usavam sandálias, os pés ficavam sujos e o ato de lavar
os pés dos convidados era um ato de quem diz “seja bem-vindo”. Em Lucas 7:44,
no relato da mulher que lavou os pés de Jesus com suas lágrimas e os enxugou
com seus cabelos, Jesus fala ao fariseu que o recebeu que este não trouxera água
para seus pés. Fica aqui mais uma evidência dessa prática nos tempos de Jesus.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pois bem, todos conhecem o
mandamento “amar o seu próximo como a si mesmo”, é muito fácil falar, mas como
expressar isso na prática? Você lembra qual foi a última vez que você falou eu
te amo para um amigo? Eu me lembro, faz muito tempo, mas não é algo tão fácil,
soa estranho as vezes né, falar que você ama sua esposa, seus filhos, é fácil,
mas falar para um amigo não é tão fácil assim, não é mesmo? Mas é um dever
nosso amar nossos irmãos em Cristo e amigos, as vezes isso significa dizer “eu
te amo”, afinal a gente nunca sabe se ele ou ela estará com a gente amanhã. Mas o que
eu quero falar é sobre servir, que é também uma forma de amar. Afinal, dizer eu
te amo e não expressar isso de forma prática, parece mais algo falso como
alguns relacionamentos que vemos hoje, onde a pessoa fala eu te amo hoje e está
traindo seu ou sua companheira amanhã. Então nós temos que demonstrar esse amor
servindo nossos irmãos, temos que estar não somente atentos, mas também
disponíveis para conversar e ajudar no que for preciso, claro que dentro de
nossas possibilidades. Não é a toa que os evangélicos hoje são tachados de
hipócritas por pregarem algo que eles não vivem, claro que estou aqui
generalizando, mas sempre há esses casos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas o que é servir e como servir?
Eu gosto de pensar que enquanto estamos aqui na terra, estamos em missão, e
nossa missão é proclamar as virtudes de Deus, como nos escreve o apóstolos
Pedro, ele diz: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que
vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9), e como fazemos
isso? Apenas pregando? Falando que Jesus é bom que Deus é aquilo que vai
resolver todos os seus problemas? Não, nós temos que demonstrar essa mudança na
prática, senão vamos cair naquilo “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”,
ou seja, temos que estar atento às oportunidades para ajudar nossos irmãos,
amigos, parentes, mesmo que eles ainda não conheçam a verdade que é Jesus
Cristo, e quem sabe através desse nosso comportamento, de nossos atos, essas pessoas possam ver
Jesus atuando através de nós e assim venham a conhecer a verdade. Infelizmente,
há grupos religiosos que criaram essa ideia que a única maneira de fazer a obra
de Deus é sendo um pastor, pregador, diácono na igreja, missionário, não, não é
isso, todos nós somos sacerdotes como está escrito no texto que mencionei do
apóstolo Pedro, basta a gente ter essa noção de que estamos pregando Jesus em
nossas ações. Me lembro de um caso que ouvi de um médico que era um pouco
frustrado por não conseguir fazer missões, pois na cabeça dele fazer missão é
ir para outro lugar e pregar o evangelho, mas após participar de um seminário
sobre esse assunto, ele descobriu que ele pode fazer missões no seu trabalho. A partir
daquele dia, ele entendeu, e sempre que acabava o seu plantão ou expediente
normal, ele dedicava um tempo a mais para atender a mais pessoas de forma voluntária,
ele estava fazendo missões. Tiago escreve em sua carta que “se um irmão ou uma
irmã estiverem necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentro vós lhes
disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário
para o corpo, qual é o proveito disso?” (Tg. 2:15-16), o que Tiago está dizendo
aqui é que se alguém chega pra você falando que está com fome e você diz “olha
irmão, vou orar pra você e Deus vai mandar alguém te abençoar”, de nada serve
essa sua fé que você diz que professa, talvez você era a providência para essa
pessoa, nós é que muitas das vezes somos insensíveis e até pão duro também, sem
fé, achando que se a gente der algo vai faltar para nós, isso é atitude de quem
não conhece a palavra e nem o poder de Deus.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando eu olho para alguns dos
personagens bíblicos, eu vejo missionários, homens com uma missão divina. Veja Abraão.
Deus tirou Abraão de sua terra e o mandou para uma terra desconhecida e longe e
falou para Abraão que dele seriam benditas todas as nações, e de fato, Jesus,
nosso salvador veio da linhagem de Abraão. Davi por outro lado, teve outra
missão, assim foi com os profetas, e alguns até morreram por isso, os reis,
enfim. Cada um tinha uma missão específica. Nós também temos uma missão, que é
proclamar as virtudes de Deus para aqueles que ainda não conhecem a verdade. É verdade
que Deus separa alguns para serem pastores, evangelistas, diáconos,
sim, mas isso não isenta nossa responsabilidade de amar e servir o próximo. Então essa é a mensagem que eu quero deixar aqui hoje. Amemos uns aos outros e ajudemos uns aos outros.</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-47312116135912330372019-10-14T09:21:00.002-07:002019-10-14T09:21:37.332-07:00Atualização sobre o artigo "Você é crente mesmo?"<div style="text-align: justify;">
Eu pensei em deletar e reescrever o artigo em questão <<a href="https://enarcheenologos.blogspot.com/2019/06/voce-e-crente-mesmo.html" target="_blank">Você é crente mesmo?</a>>, pois com o tempo a gente acaba ficando mais maduro e tendo mais conhecimentos acerca de determinados temas ao ponto de ter que mudar certas concepções, mas esse é um processo contínuo, não tem fim, então se eu tivesse que deletar tudo que já escrevi algum dia, iria acabar não tendo nenhum registro. Fato é que isso aconteceu com grandes teólogos como Agostinho de Hipona e Martinho Lutero onde há uma clara evidência em seus escritos ao ponto de se referirem à eles como "o Lutero jovem e o Lutero velho" para diferenciar o período em que estes mudaram algumas pontos. Um bom exemplo disso, citando Agostinho, é o fato dele ter mudado sua interpretação de 1 Tm 2:4 depois de ter formulado a doutrina da predestinação.</div>
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<br /></div>
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Pois bem, depois dessa justificativa vamos ao que interessa. No artigo eu discorri basicamente sobre o que é ser um verdadeiro crente (e aqui não falo apenas de protestantes, católicos também são crentes em Jesus[1]) e eu enfatizei o fato de ter de pertencer à alguma denominação e talvez a impressão que eu tenha deixado é a de que somente a igreja salva, se foi essa a impressão não é a minha intenção, pois quem salva é a graça de nosso bom Deus (Ef. 2:8-9). Talvez o que eu tenha que enfatizar são os frutos do salvo[2], o verdadeiro crente e não o fato de este frequentar um templo, pois há uma grande confusão em relação a esses termos, igreja x templo. Para mim a forma mais fácil de exemplificar é este: o templo é onde a igreja (povo de Deus) se reúne. Se a gente não dissociar templo de igreja, fica um pouco perigoso pois, imagine que você vai para algum país bem pobre na África onde há poucos recursos, e através do seu trabalho missionário o Evangelho converte algumas pessoas ali, se não tiver um templo elas não serão salvas? Vale lembrar que as igrejas na era apostólica se reuniam em casas e também a igreja Assembléia de Deus também começou numa casa, já que os missionários estrangeiros foram "expulsos" da Igreja Batista que os acolheu, mas não aceitavam essa doutrina do Batismo com o Espírito Santo que eles estavam pregando.</div>
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<br /></div>
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Que fique claro que minha intenção não é a de afirmar que somente aquelas pessoas que estão frequentando um templo físico serão salvas, mas a Bíblia sagrada nos dá clara instruções - como deixei claro no artigo - para que a gente esteja em comunhão e isso é costumeiramente feito num templo onde o povo de Deus se reúne, mas tenho certeza que hoje ainda há muitas igrejas que se reúnem em casas como é o caso de uma pequena congregação pentecostal do lado de onde moro, não é porque eles não têm um templo bonito que eles estejam "fora" dos padrões, talvez estão fora dos padrões que a gente acha que deva ser o certo, mas não o padrão bíblico. Infelizmente há ainda quem ensine que há uma necessidade de um local específico com uma arquitetura característica para que seja considerado "igreja". Oremos.</div>
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[1] apesar de os católicos mais extremos afirmarem que somente a ICAR é a Igreja verdadeira e somente lá há salvação, eu não sou obrigado a compartilhar dessa visão e em retaliação dizer que somente os protestantes serão salvos, pelo contrário, eu creio sim que os verdadeiros crentes em Jesus da ICAR serão salvos e como também há joio entre os evangélicos, também há por lá também.</div>
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[2] falo aqui salvo para não repetir o termo crente, sei que há todo um debate sobre se o salvo perde a salvação ou não, mas não é a intenção deste autor entrar nessa discussão.</div>
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Apenas uma pequena observação, aqui e em outros artigos meus eu falo algumas coisas que de acordo com a norma acadêmica eu deveria citar as fontes, e eu faço em certos casos, mas aqui eu não tenho a intenção alguma de estar dentro dessa norma sem contar que dá um trabalho danado ficar procurando as fontes e fazer as citações dentro do padrão.</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-67968628804110583062019-10-12T16:27:00.004-07:002019-10-16T12:03:58.190-07:00Leituras obrigatórias do curso de Teologia no Mackenzie<div style="text-align: justify;">
Acabou a primeira etapa de provas e vamos para o segundo bimestre. Nesse bimestre houve um aumento na carga de leituras. Abaixo eu deixo as leituras obrigatórias que temos e as complementares, isto é, eu leio por conta própria livros que considero relevantes para o entendimento das matérias que estou estudando na faculdade.<br />
<br />
As leituras obrigatórias são avaliadas pelo professor, temos que fazer ou uma crítica ou uma resenha para avaliação, não é uma simples leitura rasa, é preciso aprender de verdade. Alguns livros lemos por inteiro e outros partes selecionadas pelo professor. A medida que for fazendo, postarei aqui o resumo/resenha dos livros.<br />
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Leituras obrigatórias pro bimestre:<br />
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Idade mídia evangélica no Brasil. (Gerson Leite de Moraes)<br />
O calvinismo. (Abraham Kuyper)<br />
Ética protestante e o espírito capitalista. (Max Weber)<br />
A vida diária nos tempos de Jesus. (Henri Daniel-Rops)<br />
Cândida, Como analisar narrativas. (Cândida Vilares Gancho)<br />
O sagrado. (Rudolf Otto)<br />
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Complementares:<br />
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A Bíblia e seus intérpretes. (Augustus Nicodemus)<br />
Entendes o que lês? (Gordon Fee, Douglas Stuart)<br />
Introdução Bíblica. (Norman Geisler, William Nix)<br />
As ciências das religiões. (Giovanni Filoramo, Carlo Prandi)</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-5319936399870117492019-06-22T21:39:00.000-07:002019-06-24T10:47:18.593-07:00Combatendo o bom combate<div style="text-align: justify;">
Todo mês nossa igreja trabalha com um tema para o círculo de oração, o tema desse mês é "Combatendo o bom combate." e a cada mês eu preparo uma mensagem com fins educacionais, porém nunca havia publicado. Este mês resolvi publicar.</div>
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<b>Combatendo o bom combate</b></div>
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Antes de mais nada é necessário definir o significado de combate e contextualizar isso em nossas vidas. Quando se fala em combate logo vem à mente uma luta, armada ou não, entre indivíduos, nações ou grupos, mas o que isso significa na vida do cristão uma vez que "a nossa luta não é contra o sangue e a carne" (Ef. 6:12)? Embora não tenhamos inimigos físicos, pois, Jesus nos ensina a amar o próximo (Jo 13:34), eu quero definir aqui o combate como nossa luta diária contra as diversas dificuldades que passamos ao longo de um dia e focar mais especificamente em afrontas; xingamentos, muitas vezes no trânsito, panelinhas em ambiente de trabalho, intrigas com parentes. São esses os cenários que eu quero abordar. Então resta a pergunta: como o cristão deve reagir diante desses cenários?</div>
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Eu gosto muito de exemplos e estórias, acredito que esses recursos ajudam a fixar um conceito em nossa mente. Refleti bastante sobre o tema tentando ver qual personagem bíblico poderia nos demonstrar através de seu procedimento como proceder em situações parecidas e me veio à mente um episódio específico da vida de Isaque.</div>
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O episódio em questão encontra-se no capítulo 26 do livro de Gênesis. Quando sobreveio uma fome à terra em que Isaque habitava, ele não teve outra escolha senão mudar-se dali e foi ter com Abimeleque em Gerar e ali ficou (v. 6). Deus foi muito generoso com Isaque e este prosperou muito naquela terra (v. 12-13) e isso acabou fazendo com que os habitantes dali tivessem inveja de Isaque chegando ao cúmulo de entulhar os poços que Abraão, seu pai, havia cavado. Abimeleque também não estava nada contente com a prosperidade de seu hóspede e pede para que ele saia da terra. Aqui temos <b>a primeira lição</b>; Isaque prosperou de tal maneira que ele já era maior do que o próprio rei. Isaque poderia muito bem usar seu poderio para, ao invés de sair de lá, reinar naquela terra no lugar de Abimeleque, mas ele tinha noção de que ele não pertencia àquele lugar e que ele estava ali como forasteiro. Ele simplesmente evitou contenda e foi para longe dali (v. 17). Porém, ao chegar lá Isaque reabriu os poços que seu pai Abraão havia cavado e os habitantes de lá entulhado, e isso aconteceu mais outra vez e novamente aprendemos com o temperamento de Isaque que não vale a pena a contenda. Como eu já falei, Isaque poderia ter aproveitado de todo o seu poderio e ter destronado Abimeleque e reinado em seu lugar ou nessas duas outras ocasiões ter simplesmente matado os que lhe causaram problemas com os poços, mas não, ele apenas deixou a contenda de lado e seguiu sua vida e aprendemos no verso 22 que ele encontrou seu lugar, cavou outro poço e ali não contenderam com ele, tanto é que ele batizou o lugar de Reobote (רְחֹבוֹת) que e uma tradução livre quer dizer "lugares amplos", e o mais importante é que ele reconheceu que o SENHOR que lhe havia preparado este lugar.</div>
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Em momentos de angústia e desespero é comum questionarmos o porquê das coisas. As vezes só olhamos pelo lado negativo e nunca pelo positivo. Eu gosto de pensar que se algo não deu certo é porque Deus tinha algo melhor para mim ou que aquilo ou aquela situação foi um livramento da parte de Deus, pois "sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8:28) e Isaque sabia disso, ele também sabia que "os que confiam no SENHOR são como o monte sião, que não se abala" (Sl. 125:1) e aqui é a <b>segunda lição</b> dessa mensagem: confiar no SENHOR. A primeira lição é não entrar em contendas e a segunda é confiar no SENHOR.</div>
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Não adianta nem orar "Senhor não permita que eu passe pela tempestade", pois as provas virão. Pedro escreve "se necessário, sejais contristados por várias provações" (1 Pe 1:6) e Paulo vai além quando escreve: "mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança." (Rm 5:3-4). Olha que interessante, eu já ouvi isso uma vez, diz o ditado que a prova, ou deserto, é a faculdade do crente, pois é no deserto que aprendemos muitas coisas, e uma delas é depender de Deus. Tem gente que acha que depende de Deus só nas grandes causas, nas causas impossíveis, mas não é isso que Paulo ensina quando diz "em tudo dai graças, porque está e a vontade de Deus em Cristo" (1 Ts 5:18), em tudo nós dependemos de Deus, até para respirar. E Deus pode permitir certas situações para nos ensinar a sermos mais dependentes dele, para aprendermos que é Ele que no sustém, como escreveu o salmista no Salmo 54:4.</div>
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<br />
Para finalizar quero fazer uma reflexão de duas passagens de um dos cânticos de Davi que se encontram tanto em 2 Samuel 22 quanto no Salmo 18. Davi diz "Deus é a minha fortaleza e a minha força, ele perfeitamente desembaraça o meu caminho." (2 Sm 22:31) e mais atrás ele diz que "O caminho de Deus é perfeito" (v. 31), note que a princípio há uma desarmonia entre "o caminho de Deus" no verso 31 e o "meu caminho" no verso 33, porém a chave está na ação de Deus no verso 33, Davi diz: "ele perfeitamente desembaraça o meu caminho." Imagine que nós estamos sempre tomando importantes decisões; não falo daquelas decisões do tipo: hoje vou comer frango ou carne de boi no jantar? Falo de decisões como, mudar de trabalho, mudar de bairro ou de cidade, em que escola matricular os filhos e por aí vai. Agora imagine que acada estágio, ou quando nos vemos diante de tais situações onde tenhamos que tomar uma decisão, essa situação seja representada por uma parede com várias portas, cada porta representando uma opção, tem portas bem ornamentadas e outras com uma aparência nada chamativa e cada uma com seus prós, contras e dificuldades. Você quer entrar pela porta mais bonita, que na sua mente é a melhor opção, porém você não consegue abrir a porta e ao seu lado tem aquela porta que você nem considerou por achar que não era boa o suficiente e de repente ela se abre. Você estava lá há um tempo tentando abrir aquela porta bonita e nada, e abre-se essa outra porta. Nessa ilustração, essa porta que se abriu foi Deus mostrando o caminho para você. Você não acha que é por ali, mas Deus está mostrando o caminho como Davi fala. Ele está desembaraçando e você deve confiar nEle. Não entre em contendas e confie no Senhor.</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-65026540942341673232019-06-22T20:46:00.002-07:002019-06-22T20:46:32.010-07:00Você é crente mesmo?<div style="text-align: justify;">
A empresa em que trabalho tem um escritório dentro do nosso fornecedor, e certo dia fui pedir ajuda a um dos funcionários de lá e notei uma pequena agenda com o símbolo da igreja adventista. Certo dia quando esse mesmo rapaz foi na minha mesa eu perguntei se ele era adventista, ele disse que não, que o chefe dele que era adventista mas me falou que também era cristão, perguntei então em qual igreja ele congregava e ele me disse que não congregava em nenhuma igreja; falei pra ele de Hebreus 10:25 que o Senhor diz para que "Não deixemos de congregar-nos [...]", mas a conversa ficou por ali.</div>
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<br /></div>
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Isso me fez pensar e resolvi escrever sobre o assunto. O fato de alguém crer na existência de Deus não é garantia de sua ida pro céu e eu quero escrever aqui o porquê. Uma passagem esclarecedora para provar essa tese é aquela passagem no evangelho de Mateus em que Jesus diz "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus." (Mt. 7:21). Nos dias de hoje é comum a frase "Deus no comando", mas parafraseando o Senhor Jesus, não é porque você fala "Deus no comando" que, quando morrer, você irá estar junto ao Pai, para que isso aconteça, é preciso nascer de novo (Jo 3:3). Mas você pode se perguntar: como nascer de novo? Primeiro é preciso confessar que Cristo é o Senhor (Rm 10:9) e se despojar do velho homem (Ef. 4:22) e se revestir "do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. " (v. 24), porque "fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que [...] assim também andemos nós em novidade de vida." Andar em novidade de vida significa deixar os velhos hábitos (1 Pe 1:14) e buscar ter uma vida de santidade (v. 16) e obediência, pois assim o nosso Senhor nos ensinou quando disse "se me amais, guardareis os meus mandamentos." (Jo 14:15).<br />
<br />
O problema de não abrir a bíblia é não saber o que Deus quer de nossas vidas, e está tudo escrito lá. Pense num pai que fala aos seus filhos que quando ele morrer, sua herança ficará com os filhos, mas para isso cada um tem que cumprir alguns requisitos. Um dos filhos, porém, crendo que seu pai não estava falando sério e o incluiria no testamento de qualquer maneira por ser seu pai, nunca quis perguntar ao seu pai quais eram esses requisitos. Certo dia o pai morre e o advogado liga para todos os filhos afim de anunciar-lhes o que o pai havia deixado para cada um; o filho desinteressado ficou sem herança e irado com a situação perguntou ao advogado o porquê, o advogado falou que cada filho tinha que ligar para seu pai no primeiro dia do mês e falar "eu te amo", era só essa a condição, mas como o filho nunca ligara nem sequer queria saber quais eram as intenções, ficou de fora da herança. Você pode estar pensando "que pai mal!", mas eu te digo, mal não foi o filho que nunca quis saber o que agradava seu pai que tanto o amou?</div>
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<br /></div>
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"Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou." (1 Jo 2:4-6).</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-29432729091292546792019-06-20T07:20:00.001-07:002019-12-26T07:53:18.734-08:00Pode beber; mas convém?<div style="text-align: justify;">
Em um debate de ideias com um irmão em Cristo sobre a questão da bebida alcoólica, ele fez alguns apontamentos e eu procurei em forma de diálogo mostrar à luz da bíblia as fraquezas de seus argumentos ao insistir na não-ingestão da bebida alcoólica por parte do crente, desta vez usando o argumento de que não convém. Deixo bem claro minha intenção que é de apenas mostrar as fraquezas lógico-argumentativas dos que dizem que a bíblia proíbe o consumo e não fazer apologia ao consumo.</div>
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<br /></div>
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<b>Convém</b></div>
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O primeiro questionamento foi em relação à conveniência [se convém o crente beber]. Essa reposta só <b>convém</b> ao próprio indivíduo. Se ele já foi viciado, não convém, se ele não sabe se controlar, não convém. Agora se ele é como eu que nunca - antes de conhecer a palavra - teve problemas com o álcool, ou seja, não bebia para ficar dando trabalho, bebia apenas com fins recreativos, pois tudo o que Deus criou é bom (1 Tm 4:4), então não vejo motivos para a proibição. Como eu já mencionei aqui minha briga não é com o ato mas sim com os argumentos! Você pode elencar inúmeros motivos pelos quais alguém deveria se abster do álcool, só não faça uma exposição seletiva dando a entender que Deus abomina quem bebe um vinhosinho.</div>
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<br /></div>
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Aqui vai mais algumas recomendações paulinas acerca do tema em pauta. Paulo escreve para Timóteo que algumas pessoas iriam dizer que não seria lícito o consumo de certos tipos de alimento [nesse caso, o vinho], mas ele deixa bem claro que "tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável"[1], mas vale as outras orientações que [acho que] deixei claro no primeiro texto, como por exemplo se o teu irmão não é muito a favor e se escandalizaria, é melhor que não faça na frente dele (1 Co 8:13) e também se alguém tem algum tipo de fraqueza ou já foi liberto do vício, é bom também que se abstenha para não deixar ser dominado pela bebida (1 Co 6:12). Dentro desse contexto o cristão vai decidir se convém ou não e respeitando todas as recomendações já descritas.</div>
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Levantou-se a seguinte questão: Deus criou a uva e não o processo de fermentação. Quanto à esse questionamento eu me pergunto: o vinho era tão bom assim que trazia tanta alegria ao coração do homem ao ponto de ser o único tipo de suco que é mencionado em um salmo? (Sl. 104:15). Seria bem intrigante imaginar que Deus não sabia que iriam aprender a deixar a uva fermentar para virar uma bebida tão maravilhosa que é o vinho.</div>
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<b>Sobriedade</b></div>
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Também foi levantado o questionamento sobre a sobriedade, uma vez que Pedro nos exorta a sermos sóbrios e vigilantes (1 Pe 5:8). A palavra traduzida como sóbrio, no Grego é νήφω (néphó #3525), cujo significado é sóbrio, no sentido de não estar intoxicado com álcool e também estar em estado de alerta (mente). Tanto é que na NIV (NVI versão em Inglês) nós lemos "<i>Be alert and of sober mind</i>", que em uma tradução livre seria "esteja alerta e com a mente sã [ou sóbrio de mente, mas não soa bem]". Então com base nisso, se eu quiser aqui inferir que Pedro estava falando para ficar sem beber, isso só me leva a crer que era um costume para àqueles cristãos ficarem em um estado de embriaguez, afinal não faz sentido eu falar para meu amigo "se for dirigir, não saia sem o capacete", uma vez que somente pilotos de corrida de alta velocidade usam capacete no carro, então o comando só faz sentido se estiver dentro de um contexto já conhecido, caso contrário ele vai olhar pra mim com uma cara de desentendido e perguntar "pra quê capacete?". Outro ponto em relação à essa interpretação é que a palavra νήφω é usada 6 vezes no novo testamento (1 Ts 5:6,8, 2 Tm 4:5, 1 Pe 1:13, 4:7, 5:8) e nem em todas elas tem a ver com bebida ou álcool.</div>
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Timóteo cachaceiro. </div>
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<br /></div>
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Seguindo a lógica de que Pedro nos exorta a sermos sóbrios, ou seja, nos abstermos do álcool, então eu posso concluir que Timóteo era um bebum, pois Paulo dá o seguinte comando para Timóteo: "Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições [...]" (2 Tm 4:5). Sê sóbrio, ou seja, "não beba"? Primeiro, se eu interpretar sobriedade aqui como abstinência do álcool, eu só posso concluir que Timóteo era dado ao vinho, portanto inapto ao ministério (1 Tm 3:3), e segundo, porque não faria sentido você falar para alguém que não bebe, não beber, por exemplo, seu filho de 10 anos vai para a escola e você fala para ele: "filho, não quero que você chegue em casa da escola bêbado." Faz sentido esse comando ou exortação? Dito isto, eu só posso concluir aqui duas coisas: a primeira que sobriedade aqui não tem a ver com bebida, e segundo que se alguém insistir nessa questão, vai ter que explicar a harmonia desse versículo com 1 Tm 3:3, onde o apóstolo deixa claramente que o presbítero/diácono não pode ser dado ao vinho.<br />
<br />
<b>Conclusão</b><br />
<br />
Aqui novamente eu descrevo o meu pensamento sobre isso. Se você nunca teve problema com o álcool, porque vai ser agora que terá? Acaso o diabo vai fazer você se viciar? Sejamos <b>sóbrios</b> em relação à esse assunto. Eu ia escrever aqui "beba para Glória de Deus", mas no mesmo instante me perguntei como tomar uma taça de vinho iria glorificar a Deus, mas lembrei que a resposta está acima, onde Paulo fala para Timóteo que tudo que Deus criou é bom e onde o salmista escreve que o vinho alegra o coração do homem. O mesmo podemos dizer do sexo, Deus é glorificado no ato sexual? Desde que esse seja feito dentro do propósito criado por Deus (Hb. 13:4), sim, Deus é glorificado. Sejamos responsáveis e não seja pedra de tropeço pro seu irmão (1 Co 8:12).<br />
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[1] Alguns já quiseram usar esse texto para dizer que maconha pode ser consumida, mas isso não pode ser assim, pois há outros versículos que nos explicam o porquê. Primeiro a ilegalidade da substância (c.f 1 Pe 2:13, Rm 13:1-2), segundo que ela vicia (1 Co 6:12).</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-81873274566184475772019-06-14T18:50:00.000-07:002019-06-14T18:50:18.107-07:00Oração de madrugada tem mais poder. Desmistificando o mito farisaico<div style="text-align: justify;">
Existe uma prática no meio evangélico que é orar de madrugada. Confesso que eu já cheguei a acordar às 3h da madrugada para orar, foi bem no início da minha caminhada com Cristo. Com o tempo eu comecei a questionar a prática, eu não entendia o motivo, se Deus fez a noite para dormir, porquê ele exigiria de nós esse esforço [desnecessário] para falar com ele sendo que ele é onipresente? Ou seja, ele nos ouve a qualquer hora do dia.</div>
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Na tentativa de me darem uma resposta plausível, as respostas eram das mais variadas, desde Provérbios 8:17, que entrarei em detalhes depois, até o fato de a madrugada ser mais silenciosa, que também não achei coerente uma vez que as orações na igreja não são nada silenciosas.</div>
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Há uma certa crença, mesmo que inconsciente, de que ao orar de madrugada sua petição terá uma maior chance de ser atendida ou que a oração tem mais poder. Estou generalizando, eu sei, há quem se acostumou à prática, por talvez ter descobrido que isso não é um mandamento tempos depois mas mesmo assim continuou a orar nas madrugadas, mas também há ainda quem creia que realmente há um mistério por trás da oração na madrugada.<br />
<br />
Como eu sou adepto da <i>sola scriptura</i>, minha base é a bíblia e não testemunhos de experiências sobrenaturais que porventura tenham acontecido nesses horários [usam Jr. 33:3, mas depois eu desmistifico isso também em outro artigo], ou que seu pedido fora atendido somente por causa da oração na madrugada, contra esse argumento eu tenho vários casos bíblicos. Vamos a eles.<br />
<br />
O primeiro é a noção de que é um mandamento orar de madrugada, tomando como base Provérbios 8:17. Eu só achei uma versão que traz essa tradução, a Almeida Revista Corrigida traz "Eu amo os que me amam, os que de <b>madrugada </b>me buscam me acharão." A ACF traz "os que cedo me buscam" e outras como NVI, ARA não traduziram dessa forma. A palavra no original traduzida como "cedo" ou equivocadamente "madrugada" é שָׁחַר (shachar #7836) e essa palavra tem 12 ocorrências no Antigo Testamento (Jó 7:21, 8:5, 24:5, Sl. 63:1, 78:34, Pv. 1:28, 7:15, 8:17, Is. 26:9, Os. 5:15). Analisando cada uma das passagens em questão pude notar que seu significado mais comum é procurar ou procurar com diligencia ou ansiosamente, como é o caso do Salmo Sl. 63:1. O que o Provérbio em questão quer dizer é que nos devemos fazer uma busca sincera, verdadeira, com ansiosidade e diligência. Se você acorda de madrugada para tentar impressionar Deus, você está fazendo errado ou se você ora de madrugada para falar para os seus irmãos que você tem tanta intimidade assim com Deus que faz esse esforço, sinto muito, você não passa de um fariseu hipócrita (Mt. 6:5), palavra de Jesus.<br />
<br />
<b>Exemplos na Bíblia</b><br />
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Com os exemplos tirados da bíblia eu quero tentar te fazer entender que não existe um modo específico para ganhar pontos com Deus e fazer com que ele conceda sua petição. Você deve conhecer o relato de Davi e a mulher de seu soldado Urias. Pois bem, Davi pegou esposa do cara e depois fez com que ele morresse (2 Sm 12:9) e por este motivo Deus castigou Davi matando o seu filho com Bate-Seba (v. 15). Mesmo assim Davi fez súplicas e jejuou tentando fazer com que Deus se compadecesse com ele e não permitisse que a criança morresse (v. 22), mas não adiantou pois prevaleceu a vontade de Deus. O que isso nos ensina? Não adianta barganhar com Deus, subir o monte de cabeça pra baixo, ficar 40 dias deitado numa rede só tomando água e orando no monte ou acordar às 3h e ficar até às 6h orando, senão for da vontade de Deus, seu pedido não será atendido.<br />
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Vejamos outro exemplo totalmente contrário à esse. Ezequias adoeceu de morte (2 Rs 20:1) e Deus mandou o profeta falar para Ezequias por a casa em ordem que ele iria descer a sepultura. Ezequias se pôs a chorar e fazer súplicas em uma curta oração de 25 palavras (v. 2) e Deus o escutou, falou para o profeta voltar e dizer a Ezequias que ele seria curado (v. 5). Não foi pra o monte, não fez voto nem jejuou e mesmo assim Deus atendeu à sua oração. Alguns dizem que tem que pedir com fé, senão Deus não atende, citando Mateus 21:22, mas essas pessoas nunca levam em consideração o contexto ou a bíblia como um todo, o que o relato de Ezequias nos ensina é outra coisa, nós vemos que Ezequias ainda duvidou da palavra do profeta (v. 8) mas mesmo assim ele foi curado (v. 11), pois prevalece a vontade do Pai (Mt. 6:10). Há certas coisas que Deus faz para aumentar a nossa fé, e não em troca da nossa fé. É verdade que "sem fé, é impossível agradar a Deus" (Hb. 11:6), mas nem por isso ele deixará de nos conceder a sua graça (Mt. 6:11)<br />
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E o que falar de Paulo? Você acha que Paulo deveria ter subido o monte a ver se Deus tiraria o espinho da carne dele? (2 Co 12:7-8) Será se faltou fé da parte de Paulo? O que dizer de Timóteo? Por que Paulo não curou Timóteo? Afinal de contas, Paulo foi muito usado em cura (At. 14:10, 16:18, 20:10, 28:8), então ele poderia simplesmente ter curado Timóteo, não acham?<br />
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Para responder essas perguntas, quem melhor senão João. Na sua primeira epístola João escreve "E está é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve." (1 Jo 5:14).<br />
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<b>O que é a madrugada?</b><br />
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Outro mito é em relação a "hora perfeita". Se você perguntar para um crente qual o horário em que ele acorda para orar na madrugada a resposta será rápida: às 3h. Agora quem foi que definiu esse horário? Qual o conceito de madrugada?<br />
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Madrugada, de acordo com o Michaelis [1] a madrugada é "o período de tempo entre a meia-noite até o nascer do Sol; madruga." Ou seja, o certo seria então no <b>meio da madrugada</b> já que geralmente o sol nasce às 6:00, dependendo de onde você mora, então o meio da madrugada seria às 3h. Crente, se você acordar às 5:30 pra orar, então você estará respeitando "a regrada de ouro" da oração "forte". Aproveite e já fique acordado até a hora de ir trabalhar e fique lendo a bíblia ou algum livro de teologia para aprender mais.<br />
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<b>Minha consideração final</b><br />
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Se você está se perguntando sobre os versos nos evangelhos em que Jesus fala que tudo o quanto pedirmos ele fará, ou tudo que pedirmos com fé ele atenderá, não vou entrar em muito detalhe aqui, eu fiz um estudo sobre essa questão e você pode acessá-lo clicando nesse <a href="https://enarcheenologos.blogspot.com/2019/05/tudo-o-que-eu-pedi-deus-fara-sera-que.html" target="_blank">link</a>. E para finalizar eu digo o seguinte, se você quer acordar de madrugada por ser mais calmo, mais tranquilo, que o faça, mas não diga que se você orar de madrugada Deus atenderá mais rápido sua súplica uma vez que a bíblia não ensina isso. Também não coloque um julgo desnecessário nos outros. Eu tenho o relato em primeira mão de um líder de jovens que pedia aos seus liderados que enviassem um joinha às 3h da manhã para mostrar que eles estavam acordados e orando. Sabe o feedback que eu recebi? Uns colocavam o celular para despertar nesse horário, davam o joinha e depois voltavam a dormir, um outro colocava para despertar às 3h e voltava pra cama, meia hora mais tarde o celular despertava novamente, ele dava outro joinha falando que já tinha orado e estava indo dormir. Me respondam qual o objetivo de tudo isso?<br />
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[1] Madrugada. Disponível em <<a href="https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/madrugada/">https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/madrugada/</a>>. Acessado em 14/06/2019.</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-42171119797896107792019-06-11T10:03:00.000-07:002019-06-11T10:03:11.649-07:00Igreja Neoevangélica e os crentes nutella<div style="text-align: justify;">
De acordo com o último censo feito com esse intuito, em 2010, o Brasil tinha cerca de 42 milhões de evangélicos [1]. Acredito que o próximo censo será ano que vem (2020) e teremos uma grande surpresa. Há estimativas estatísticas que indiquem que em 2020 o Brasil terá uma maioria evangélica [2] e Glória a Deus por isso, ou não?</div>
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Eu fico meio confuso pois no meio desse crescimento vertiginoso das igrejas evangélicas vemos ,através das redes sociais que, em partes, esse crescimento não é um crescimento saudável, que uma parte dos novos crentes não estão sendo expostos ao verdadeiro evangelho e que muito do que vem sido pregado é um evangelho baseado em promessas, bençãos, cura e "liberdade", e está nascendo a geração do "não julgueis". É só buscar pelo número de funqueiros e famosos homossexuais assumidos que vez o outra aparecem em notícias sendo batizados mas que continuam em seus velhos hábitos, ou o número de igrejas liberais que vêm sendo abertas por ex-pastores(as) que saíram do armário e decidiram abrir uma igreja inclusiva [ou liberal]. Quando eu digo continuam nos seus velhos hábitos, são o caso de alguns artistas do funk que hoje se dizem evangélicos mas continuam cantando funk. Você pode se perguntar, mas o que isso tem a ver. É só ler 1 João 2:4 e você saberá.</div>
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Não estou aqui pregando acepção de pessoas, mas apenas falar sobre algo muito preocupante. A igreja tem sim que saber lidar com essas situações, mas aprender a lidar não significa mudar por causa dessas pessoas. Há um livro muito bom que trata do tema, o título é Proibida a entrada de pessoas perfeitas (BURKE, 2005), no qual o autor relata suas experiências com pessoas que antes tinham preconceito das igrejas por causa do estereótipo do "crente perfeito" mas acabavam indo na sua igreja [ele fazia um marketing pesado nos meios de comunicação enfatizando a parte de que a igreja que ele lidera não era "igual essas outras"], alguns gostavam e ficavam, mas isso não significa que pecados eram aceitos, pelo contrário, ele relata várias situações que ocorreram e como ele lidou com elas. E um desses relatos é o de uma líder de louvor [salvo engano] que estava vivendo com seu namorado e tendo relações normais com ele, e então ele [o pastor] foi ter uma conversa com ela, ele diz que ela tinha confundido as coisas, pois achava que por a igreja ser essa comunidade aberta que tratava as pessoas do tipo "venha como está" isso significava que ela poderia continuar em seus caminhos pecaminosos e ao explaná-la que não era bem assim ela o acusou de estar fazendo julgamento. Ela não entendeu a graça, nem a missão da igreja. Ele também relata casos em que duas lésbicas foram pra igreja, entenderam que era errado e deixaram essa vida, não consigo lembrar a página, mas isso é um incentivo a mais para que você leia todo o livro, vale muito a pena.<br />
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A igreja não pode discriminar os homossexuais ao ponto de não permitir sua inserção no corpo de Cristo, porém não pode, como os movimentos LGTs querem, simplesmente achar que isso é normal ou que Deus aceita. Não é bem assim, pois de Deus não muda e sua palavra é imutável (Tg. 1:17, Ml. 3:6, 1 Pe 1:24). E isso também vale para determinados comportamentos mundanos, coisas que antes achávamos normais ou eram até incentivados, como postagens de fotos sensuais, bebedeiras [não sou contra o crente beber socialmente, veja artigo sobre isso], entre outros comportamentos, pois está escrito "como filhos da obediência, não vos amoldeis as paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância" (1 Pe 1:14). E hoje essa geração do "não jugueis" está um caso sério. Para quem acompanha alguns artistas "gospel" volta e meia aparece alguma postagem de algum com suas poses fotos nas redes sociais em situações não tão cristãs, assim por dizer, e ainda ficam irados com os comentários dos seguidores ao corrigirem esses comportamentos. Para ser mais objetivo, já vi algumas artistas "gospel" que postavam fotos sensuais em praia ou piscina e logo chovia de comentários e ainda ficavam "com raiva" pelos "julgamentos". A desculpa é sempre a mesma "Deus conhece o meu coração." Essa frase já é clichê para aqueles que ainda não nasceram de novo e insistem em determinados comportamentos achando que é normal e que o amor de Deus significa que tudo pode. Não pode! Ou você é filho de Deus ou não é. João escreve "aquele que diz eu o conheço e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso e nele não está a verdade." (1 Jo 2:4), ou seja, falar que é cristão e não seguir uma vida santa (1 Pe 1:15-16) apenas mostra que você não nasceu de novo, e pior, Deus não gosta de mentiroso (Pv. 6:16-19; Jo 8:44). Ser cristão não é estar numa igreja ou vestir um terno; é mudar de vida, "Se não andarmos em novidade de vida, como vamos falar de Jesus para as pessoas que estão em trevas, nosso testemunho fala mais alto." (Rm 6:4). Usando as palavras do nosso Senhor "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus [...]" (Mt. 7:21).<br />
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Hoje há igrejas que são consideradas "redutos" de famosos, principalmente de famosos que não se "encaixam" no padrão bíblico. Digo bíblico pois não há outro padrão, ou você é cristão ou não é (1 Jo 2:4). Então criou-se essa cultura de inclusivista transvestida de "venha como está", mas ao invés de dizer "mas mude" diz "pode ficar assim mesmo." Batizam os neocrentes somente por causa de seus gordos dízimos, ou seja, o interesse é puramente financeiro e não com a palavra de Deus. Sabemos sim que o que muda o ser humano é a Palavra (Rm 1:16) e não o pregador, porém senão houver confronto e ensino (1 Co 5), senão o crente vai achar que é normal e não vai buscar a mudança através da oração, jejum e uma intimidade com Deus. O interessante é que esses neocrentes vão atrás dessas igrejas justamente por não quererem mudar, e Paulo já havia alertado isso há 1900+ anos quando falou pra Timóteo "virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos." (1 Tm 4:3-4) mas Paulo fala pra Timóteo continuar no caminho certo que é o pregar o verdadeiro Evangelho. "Você, porém, seja sóbrio em tudo, suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério. (v. 5).<br />
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<b>Não jugueis</b><br />
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Como já falei acima umas duas vezes, hoje temos a geração do "não julgueis" ou os "crentes nutella". São pessoas com um mínimo de conhecimento bíblico que de tanto ouvirem essa frase [não julgueis] ficam repetindo-a como papagaios sem entender o contexto e nem entender também outras passagens bíblicas em que Deus nos ensina a corrigir os irmãos em pecado ou em atitudes nada cristãs: como por exemplo tirar foto de calcinha e sutiã na praia e postar no Instagram.<br />
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Em Mateus 18:15-17 Jesus ensina a como o cristão deve proceder quando outro irmão pecar contra nós. Mas, de acordo com os crentes nutella, se algum irmão pecar contra nós, o que devemos fazer? Falar que Deus é amor? Não, Jesus disse "vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão" (v. 15) e na carta aos Gálatas Paulo escreve como devemos proceder quando pegamos algum irmão no pulo do gato, Paulo diz "vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado." (Gl. 6:1). Irmãos, é certo que há crentes recém-convertidos e que não têm muito conhecimento bíblico e as vezes falham por falta de conhecimento, nesse caso a gente chega e de forma amável corrige o irmão. Sei de um jovem que confessou que Jesus era o seu Senhor (Rm 9:7) e nasceu de novo mas não sabia ao certo que seu comportamento bi-sexual era correto, na verdade ele tinha uma certa noção mas deixou bem claro que estaria disposto a mudar se isso fosse contra a vontade de Deus. Esse é um comportamento de um cristão de verdade e que ama Jesus (Jo 14:15). Mas também têm aqueles que sabem mas como não nasceram de novo, ficam falando que não se deve "julgar", ou que "Deus é amor" portanto "perdoa tudo", mostrando claramente que nunca conheceram a verdade (Jo 8:32). Eu mesmo quando me converti, iniciei uma busca incessante pela verdade, uma das coisas que descobri é que a minha antiga atividade [agiota] não era uma atividade cristã e apesar de fazer falta a renda extra, não podia continuar pois não era algo que Deus aprova.</div>
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Dito isto, aos crentes nutella só tenho uma recomendação: "arrependei-vos [...] raça de víboras [...], Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;" (Mt 3:2-7) porque "Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." (Jo 3:3) e "todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu." (1 Jo 3:6).</div>
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[1] Dados. Disponível em <<a href="http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/06/numero-de-evangelicos-aumenta-61-em-10-anos-aponta-ibge.html">http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/06/numero-de-evangelicos-aumenta-61-em-10-anos-aponta-ibge.html</a>>. Acessado em 10/06/2019.</div>
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[2] Estimativas estatísticas para 2020. <<a href="https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/brasil-tera-maioria-evangelica-em-2020-segundo-estatisticas.html">https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/brasil-tera-maioria-evangelica-em-2020-segundo-estatisticas.html</a>>. Acessado em 10/06/2019.</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-6446928006931446512019-06-09T18:38:00.001-07:002019-06-10T08:50:47.634-07:00Bora tomar uma? Uma análise séria e exegética sobre o consumo de bebida alcoólica<div style="text-align: justify;">
Uma parte dos crentes ou tende pro legalismo [nada pode] ou pro liberalismo [tudo pode]. Um dos temas de bastante contradição é o da bebida alcoólica. É a posição de muitos pastores de que o crente não pode consumir bebida alcoólica, e são bem criativos em sua defesa. Vou tentar fazer uma análise com base bíblica [parece redundante isso, mas tem muitos que se baseiam em achismo], mostrando a inconsistência de certos argumentos.</div>
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<b>Exposição seletiva</b></div>
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O primeiro e o mais desonesto é o que eu chamo de <b>exposição seletiva</b>, que consiste em selecionar somente aqueles versículos que dão suporte ao seu argumento, por exemplo, eu poderia pegar a primeira parte de Romanos 6:23 e dizer que o pecado mata, pois está escrito "o salário do pecado é a morte" e ao ignorar o contexto eu poderia levar meu interlocutor a um entendimento equivocado do que o que o autor quis nos ensinar.</div>
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Um exemplo bastante comum é este: "Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte." (Pr. 31:4). Pegam um verso fora do seu contexto e falam que não pode beber porque "tá escrito", e acabam sendo desonestos ao não continuar a leitura dos versos seguintes. Está escrito mais a frente "Dai bebida forte aos que perecem e vinho, aos amargurados de espírito; para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza [...]" (v. 6-7). Se eu estiver cansado de tanto ter trabalhado então eu devo beber para esquecer minha fadiga? Afinal eu não sou rei!</div>
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No antigo testamento a palavra vinho (Hb. יַיִן yayin #3196) é usada 141 vezes, então imagine você os vários contextos em que o vinho foi mencionado. É honesto então eu mencionar apenas um ou dois versos e sempre fora de seus respectivos contextos e dizer que aí está a verdade?</div>
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Ainda em Provérbios temos outra passagem que talvez seja usada para dizer que o crente não pode beber, e diz assim: "Quem ama os prazeres empobrecerá, quem ama o vinho e o azeite jamais enriquecerá." (Pv. 21:17). Que chocante! Seria trágico senão fosse irônico. Aqui fala de luxúria, tanto o vinho quanto o azeite (alguns comentaristas traduzem como unguento) eram itens caros (Jo 12:5), então temos que entender óleo e vinho nesse contexto, pois a bíblia não se contradiz (2 Tm 3:16-17). Vejamos que no Salmo 104:15 está escrito que "o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto [...]", se você for ler o salmo todo entenderá que o salmista está louvando a Deus pela sua criação. Eu não posso pegar um verso isolado e entender de uma forma e mais tarde ao encontrar um outro verso que "aparentemente" contradiga o verso anterior, lê-lo também de forma isolada, eu tenho que tentar harmonizar os dois e entendê-los em seu contexto, caso contrário teríamos uma teologia bem confusa. Já imaginou se tivéssemos que interpretar tudo o que Jesus falou nos evangelhos de forma literal? Todos seríamos cegos de um olho e só íamos comer carne moída porque não teríamos condições de usar um garfo e uma faca só com uma mão (Mt 5:29-30).</div>
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<b>Alcoólatras no Antigo Testamento</b></div>
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Usei esse subtítulo bem chamativo por pura ironia, uma vez que alguns legalistas tacham os que defendem a opção do cristão de ingerir bebida alcoólica de "beberrões".</div>
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Pois bem, seguindo essa definição, o primeiro beberrão foi Abraão, pois ao término da batalha contra os quatro reis, Melquisedeque trás pão e vinho para Abraão (Gn. 14:18) e mais um pouco à frente conhecemos outro pé-de-cana; Isaque. Em Gênesis 27 lemos o relato da benção de Jacó. Isaque fala "Chega isso para perto de mim, para que eu coma da caça de meu filho; para que eu te abençoe. Chegou-lho, e ele comeu; trouxe-lhe também <b>vinho</b>, e ele <b>bebeu</b>." (Gn 27:15). Eita Isaque pinguço. Até o próprio Deus tinha prazer no vinho. Em Levítico 23:13 lemos "[...] e a sua libação será de vinho, a quarta parte de um him." Bom para mim não resta dúvida quanto à questão do vinho. Como está claro em várias passagens no Antigo Testamento, vemos homens de Deus saboreando essa delícia que é o vinho e também destrinchei aqui a falácia interpretativa do provérbios 21 e 31. Vamos agora para o Novo Testamento.</div>
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<b>Novo Testamento</b></div>
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No NT temos três passagens bem esclarecedoras, e ao mesmo tempo com interpretações um tanto contraditórias. Vamos a elas. Duas dessas passagens se encontram na carta de Paulo ao seu filho na fé Timóteo. Em 1 Timóteo 3 Paulo trata das qualificações do bispos e dos diáconos, e a partir do verso dois lemos: "É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar, <b>não dado</b> ao vinho [...]" (v. 2-3). De acordo com dicionário online Dicio, o adjetivo dado, nesse contexto, significa "habituado a", ou seja, alguém habituado ao vinho [que bebe com frequência as vezes até ao estado de embriaguez, cf. Ef. 5:18]. Então fica claro aqui a intenção do autor, não é em dizer "não beba", pois se assim o fosse, ele teria escrito claramente. Atenção, se você tem uma versão da Bíblia de Estudo Pentecostal, eu te digo que a nota de rodapé para esse versículo está totalmente equivocada, o autor faz uma leitura enviesada da palavra Grega πάροινος (paroinos), pois fica evidente tanto no contexto quanto em outras passagens (1 Tm 5:23, Ef. 5:18) que não era a intenção do autor da carta proibir o consumo do vinho, como já falei antes. Outro ponto interessante é o background do autor dessa bíblia: Donald Stamps, um ex-nazareno, mas não dá pra falar sobre isso aqui.<br />
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"Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. E <b>não vos embriagueis com vinho</b>, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito," (Ef. 5:18). Para o bom entendedor, poucas palavras bastam. É assim que eu resumo a explicação desse verso. Como deixei bem claro no parágrafo anterior, se fosse a intenção do autor ensinar ao cristão de que este não pode ingerir bebida alcoólica, ele assim o teria feito de forma clara e direta, não acha? O texto poderia ter dito "não bebais vinho", mas não foi isso que ele escreveu, então por que deveria eu interpretar o texto de outra maneira. Não há dúvidas aqui que a intenção do autor é a da exortação quanto à embriaguez e não ao ato de beber [socialmente].<br />
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Agora vamos analisar o texto de 1 Timóteo 5:23 onde Paulo fala pra Timóteo não beber somente água mas "usar um pouco de vinho". Há uma disputa sem fim sobre se o vinho em questão continha álcool ou não, mas pelos vários contextos bíblicos podemos entender que a bíblia fala claramente sobre o vinho como bebida alcoólica, pois não faz sentido falar "não se embriague de suco de caju", fazendo uma alusão ao texto de Efésios 5:18 como já explanei no parágrafo anterior. Então uma vez desmistificado esse mito vamos para a lógica argumentativa. Digamos que o vinho era a versão alcoólica e que Paulo fala para Timóteo misturá-lo com água. Acaso esse processo diminui a quantidade de álcool no vinho? Claro que não. Se você tem uma taça de vinho com 100ml da substância com uma graduação alcoólica de 10% [2], o fato de você adicionar 100ml de água na mistura e obter uma bebida de 200ml não alterará a graduação original que é de 10% de álcool sobre os 100ml de vinho, o que acontece é que agora você terá uma bebida com 200ml com um teor alcoólico de 5%, pois foi adicionado 100ml de uma substância não-alcoólica.</div>
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<b>Considerações</b><br />
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Tenho amigos "legalistas", que é o padrão da Assembléia de Deus, e inclusive o meu pastor é contra o consumo de bebida alcoólica, que usam esses mesmos argumentos para dizerem que não podemos beber, mas como acabei de expor as escrituras de forma mais neutra possível, fica evidente que a bíblia não proíbe o consumo "social". Há também uma questão delicada que é o caso de ex-alcoólatras que se libertaram do vício e nesses casos é preferível a abstenção. Mas em casos normais, que é o caso da maioria, não creio que deva haver uma proibição [até porque não há base para isso]. Um irmão em Cristo em conversa comigo sobre o tema me contou que prefere a abstinência total, não por por uma questão legalística, mas por vontade própria mesmo.<br />
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O interessante é que se você fizer uma rápida pesquisa em sites e blogues sobre o tema, ao entrar em uma dessas páginas vai encontrar um padrão. Inicia-se o texto com os males causados pelo álcool, que o álcool é isso que é aquilo, que falam da possibilidade de virar um bebum, alcoólatra pinguço, e que isso pode causar acidentes, falam de estatísticas de acidentes de trânsito e no final vão falar apenas de versos que, à princípio, dão a ideia de que é pecado beber, mas espero que com essa exposição esse tema tenha ficado claro.<br />
<br />
Por último, quero falar de uma outra consideração, a escandalização. Se você está na presença de um irmão "legalista", é preferível que você se abstenha de ingerir qualquer tipo de bebida alcoólica na presença dele, conforme aprendemos em 1 Co 8:13. Já fui convidado a sair com uns amigos da igreja, minha vontade de tomar um choppezinho era grande, porém sabendo a criação deles e que eles não se sentiriam confortáveis, eu preferi não tomar.</div>
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[1] Dado <<a href="https://www.dicio.com.br/dado/">https://www.dicio.com.br/dado/</a>></div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-74870371272584356232019-06-08T10:19:00.000-07:002019-06-11T10:06:05.015-07:00Tenho que confessar meu pecado ao meu pastor?<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Acredito que todo mundo conheça o sistema católico de confissão auricular, aquele que você vai até a igreja e o padre fica dentro do confessionário ouvindo seus pecados e após a consulta ele profere a sentença: tantas ave marias e tantos pai nossos. E seus pecados estão perdoados. Nós sabemos que não há uma passagem sequer na bíblia dê suporte à essa prática. Para nós protestantes isso é muito claro, mas eu fiquei admirado ao saber que há pastores que pregam a confissão sacerdotal. O pior é que eles não querem ouvir pecadinhos do tipo: "menti pro meu chefe"; eles, ao que tudo indica, estão mais interessado nos "pecadões" como fornicação e adultério.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Certa vez ao ouvir que era necessário confessar nossos pecados ao pastor, eu solicitei a base bíblica e, como era de se imaginar, não encontrei consistência exegética alguma que indicasse que essa dourina tivesse sido ordenada pelo nosso Senhor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Me foi dado cinco versículos que supostamente dão suporte à confissão sacerdotal. Eu deixo aqui o versículo com o comentário original, e abaixo de cada um eu faço meus comentários, com base exegética e comentário de outros comentaristas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<b><span style="font-family: inherit;">Bases bíblicas e comentários</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">1. "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados [...]" (Tg 5:16).</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Comentário original: Tiago mostrando a necessidade de se confessar, de orarmos e assim alcançarmos a cura.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Meu comentário: muitos comentaristas ao tentar explicar essa passagem deixam bem claro que não é uma tarefa fácil. A regra de ouro da exegese bíblica é olhar para o contexto, mas nesse caso o contexto não nos ajuda tanto como em outras passagens difíceis. No verso 12 Tiago fala sobre juramento, no verso seguinte fala sobre enfermidade (v. 13), ele então orienta para chamar os presbíteros para ungir o enfermo com óleo e também orar (v. 14) e no verso em questão ele orienta para confessar os pecados uns aos outros. Estaria a enfermidade relacionada com o pecado? Não sei. O fato aqui é que a ordenança de confessar uns aos outros não dá margem alguma para uma confissão sacerdotal como podemos ler no comentário de Benson [1].</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">2. "Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com o espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado." (Gl. 6:1).</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Comentário original: os que confessam ou são flagrados pecando devem ser restaurados pelos espirituais. Como a igreja ajudará na restauração se não houver a confissão?</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Meu comentário: o primeiro erro que eu vejo no comentário original é o de afirmar que um pecador pode restaurar outro [o que cometeu o pecado em questão] e o segundo é o de colocar no mesmo contexto a confissão espontânea com o flagrante, que é o que se trata o texto.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;">O texto é claro: "se alguém for surpreendido nalguma falta" (v. 1). A palavra aqui usada para "ser surpreendido" em Grego é προλημφθῇ (prolēmphthē) quer dizer “ser pego [de surpresa]”, ou seja, no ato. Exemplo, você está passeando e vê um irmão que é casado aos beijos com outra mulher em um restaurante, por exemplo. Você espera o momento oportuno e conversa com o irmão, "corrigindo-o com espírito de brandura". Eu não consigo ver "corrigir" como sinônimo de "restaurar".</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-style: normal; letter-spacing: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
<span style="font-family: inherit;">3. "O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia." (Pv. 28:13)</span></div>
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
<span style="font-family: inherit;">Comentário original: de Deus ninguém esconde nada, pois Deus tudo vê, então, o texto está subentendido que a confissão é aos homens.</span></div>
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
<span style="font-family: inherit;">Meu comentário: é até difícil comentar o comentário original sem querer soar arrogante, mas esse comentário parece ser de alguém que entende muito pouco de bíblia, uma vez que tanto no AT quanto no NT temos vários versos nos ensinando a confessar nossos pecados a Deus, mesmo ele sabendo de tudo. O primeiro que posso mencionar é o Salmo 32. O salmista fala do processo doloroso em que ele estava passando por não ter confessado seu pecado a Deus (v. 3-4) e logo em seguida diz que foi perdoado após sua confissão (v. 5). Fica evidente que a conclusão do comentário original está errada, uma vez que o salmista nos ensina a confessar nossos pecados a Deus. E isso fica mais evidente ainda no caso do mago Simão, quando ele tenta comprar o dom do Espírito Santo, Pedro o confronta e fala para ele rogar ao Senhor, para que talvez ele seja perdoado. (At 8:22). Se Deus já sabe e não é preciso confessar nossas transgressões a Deus, por qual motivo então o apóstolo manda fazer justamente isso? João também escreve que devemos confessar nossos pecados ao Senhor (1 Jo 1:8; 2:1). Então fica evidente aqui que esse provérbio não dá base alguma para a confissão ao seu pastor.</span></div>
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;">4. "Se teu irmão pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça." (Mt. 18:15-16).</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Comentário original: Quando o pecado atinge a igreja e/ou membro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;">Meu comentário: o texto aqui fala de um pecado contra alguém<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Se teu irmão pecar contra ti, vai e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">reprove</b> ele entre você e ele só.” Minha versão ARA está como arqui-lo mas o significado original quer dizer reprovar, repreender. Então vemos que o texto trata de um pecado contra alguém. Se acaso o transgressor não te ouvir, então leva-se uma ou duas pessoas para que caso ele insista no erro, essas pessoas juntamente com você sirvam de testemunhas perante a igreja. Novamente não vejo aqui nenhum suporte ao argumento original que é a confissão ao pastor.</span></div>
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;">5. "Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judeia e toda a circunvizinhança do Jordão, confessando os seus pecados." (Mt. 3:5-6).</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Comentário original: Por fim, João ouvia a confissão dos pecados e logo após batizava.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;">Meu comentário: o contexto mostra que não eram poucas pessoas sendo batizadas (v. 5) e o comentarista Ellicott escreve que o tempo verbal Grego [2] denota uma sucessão contínua [um atrás do outro], o que torna confissões específicas ineficientes devido ao tempo. Este comentarista também é da ideia de que a confissão aqui é uma confissão pública [geral], do tipo "peço perdão pelos meus pecados" e não algo do tipo "eu traí a minha esposa, ontem menti para o meu irmão, falei pro meu chefe que já tinha começado o projeto, mas nem comecei ainda, etc". No Expositor's Greek Testament vemos uma questão interessante a esse respeito, no que tange a palavra usada para confissão. A palavra usada neste texto para confissão é ἐξομολογούμενοι (exomologoumenoi). Aqui há uma preposição ἐξ (ex/ek) que tem o significado de "fora de" [traduzido livremente do Inglês], essa mesma palavra foi usada em At 19:18 e Tg 5:16 e os comentaristas são do acordo que quando usada com essa preposição a palavra tem um significado de uma confissão pública, diferente de 1 Jo 1:9 em que a palavra é o verbo menos a preposição ἐξ (ὁμολογῶμεν (exomologoumen) (1 jo 1:9)). Em sua primeira carta João fala da confissão individual, apesar de usar o termo "se confessarmos", mas este é um uso prático da linguagem, muitas vezes usamos "a gente" para de forma modesta nos referirmos a nós mesmos. Porém tanto o Exporitor's greek quanto Ellicott sugerem que possivelmente houvesse confissões particulares mais graves, ideia também suportada por Vincent's Word Studies. Porém tanto Vincent quanto o Expositor's Greek falam que a confissão era realizada ENQUANTO eles eram mergulhados, o texto original diz que "eram por ele batizados confessando seus pecados" e não "confessavam seus pecados e eram batizados", logo a frase "João ouvia a confissão dos pecados e logo após batizava" está equivocada, essa ordem não é encontrada em nenhuma tradução. O Expositor's Greek afirma que a confissão não era uma condição <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sine qua non</i> [só se batiza se confessar tudo], então não podemos afirmar que a confissão de João Batista é uma base bíblica para confissão ao homem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<b><span style="font-family: inherit;">Conclusão</span></b><br />
<div style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;">A conclusão que eu tiro dessa exposição é a de que não há um verso sequer em toda bíblia que nos ensine a fazer uma confissão obrigatória ao pastor. Usando o texto de Tiago 5:16 como base eu, porém, acredito que as vezes nós mesmos ficamos reféns de certo(s) vício(s) ou pecado(s) e nesse caso talvez uma conversa com o seu pastor ou um irmão muito espiritual possa ajudar na busca pela libertação, um orando pelo outro, mas tendo em mente que a graça e a misericórdia vem de Deus.</span></div>
<div style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="font-weight: 400;">
<span style="font-family: inherit;">----------</span></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div>
<span style="font-family: inherit;">[1] Benson. Disponível em <<a href="https://biblehub.com/commentaries/james/5-16.htm">https://biblehub.com/commentaries/james/5-16.htm</a>>. Acessado em 08/06/2019.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;">[2] Ellicott. Disponível em <https://biblehub.com/commentaries/ellicott/matthew/3.htm>. Acessado em 08/06/2019.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div>
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-32954149775046228872019-06-07T05:21:00.003-07:002019-06-07T05:21:58.771-07:00Ganhando almas para Jesus; você entendeu errado.<div style="text-align: justify;">
Esse é um termo muito comum no meio pentecostal, tanto pregadores quanto irmãos falam de ganhar almas para Jesus e alguns até falam orgulhosamente de seus números. Certa vez ouvi uma irmã falando que "já tinha ganhado muitas almas para Jesus."<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Determinado dia em um debate com um irmão em Cristo ele falou que eu não tinha ainda entendido a Bíblia e que eu deveria me preocupar em ganhar almas para Jesus e confesso que isso me fez pensar, não no meu estado ou responsabilidade mas nesse termo, pois a palavra ganhar significa adquirir com esforço ou recursos [em nosso caso, esforço; de pregar ou como alguns creem erroneamente, o esforço de convencer], só que olhando para a Bíblia eu não vejo nenhum verso que indique que esse pensamento esteja correto. Dizer que fulano "ganhou" uma alma para Jesus dá a entender que o mérito foi do evangelista/pregador e não da mensagem, mas não é bem assim pois quem convence o pecador não é o pregador e sim a palavra (Rm 1:16). E isso me fez lembrar das vezes que tentaram me evangelizar e lembro-me bem que sempre fui muito hostil, mas eu acho que algumas pessoas não sabem evangelizar pois elas têm a ideia errada do que é evangelizar. Já vi gente evangelizando sem mencionar uma só verso bíblico. Então como você quer que a palavra trabalhe no pecador sem falar da palavra?<br />
<br />
Escrevi os dois primeiro parágrafos num dia e no outro continuei, nesse meio tempo fiquei meditando no assunto e buscando na memória todos os relatos de evangelismo na Bíblia e não pude encontrar nenhum onde o mensageiro tenta persuadir o pecador a ir pra igreja. Falei persuadir pois há ocasiões em que o evangelismo mais parece uma tentativa de persuasão do que uma proclamação das boas novas.<br />
<br />
Vou mencionar apenas três relatos em que fica evidente o poder da palavra de Deus. O primeiro que me veio à memória foi a conversão do procônsul Sérgio Paulo. Lemos que o procônsul chamou Paulo e Barnabé para ouvir a palavra de Deus (v. 7) e mais à frente lemos que ele "creu maravilhado com a doutrina do Senhor" (v. 12). Você pode até argumentar que o sinal operador por Paulo teve um papel fundamental, mas ele à princípio não chamou Paulo pra ver algum sinal e sim ouvir a palavra. Outro relato que também posso citar é a conversão do Eunuco (At. 8:26-38), a história você deve conhecer bem então vou pular para a parte da palavra. Lemos que "Felipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus." (v. 35). O resultado foi mais um crente pra honra e Glória de Deus. E o que falar de Lídia (At 16:14) que ao ouvir a pregação de Paulo conheceu a verdade (Jo 8:32).<br />
<br />
Fica evidente que não é você ou eu quem "ganha" tal pessoa para Jesus, você foi ou é um portador das boas novas, sua função é pregar a palavra e não usar de estratagemas para convencer a pessoa do seu pecado (ou o que Jesus pode fazer por ela, como é a estratégia de certas igrejas). Apenas pregue a palavra que ela irá trabalhar no pecador e ele pode tanto abrir o coração, assim como Lídia ou rejeitar a palavra (At 7:51) e não cabe a nós ficarmos insistindo ou inventando moda pra convencê-la. Se a palavra não for o suficiente, não há nada que eu ou você possamos fazer para mudar esse quadro. Lembre-se que os apóstolos operavam milagres na frente de todos e mesmo assim muitos ainda não creram.<br />
<br />
Jesus falou "ide e pregai" e não "ide e ganhai", quem "ganha" é a ação do Espírito Santo.</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-41661208363568207352019-06-01T08:30:00.002-07:002019-06-01T08:30:34.486-07:00Como ser usado por Deus<div style="text-align: justify;">
Se você clicou aqui pensando que iria encontrar uma fórmula mágica para receber dons espirituais como revelações, profecias, cura entre outros, perdeu sua viagem. Primeiro porque que tal fórmula não existe, em lugar algum na bíblia lemos algo do tipo "faça isso de tal forma e tantas vezes pra conseguir aquilo". Lemos sim que devemos buscar os melhores dons com zelo (1 Co 12:31), mas se alguém te falar que você tem que ir pro monte tantas vezes, acordar de madrugada tantos dias seguidos, não caia nessa, não há nada na bíblia que dê suporte a essa heresia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vejo pessoas impressionadas com irmãos que são usados na revelação ou profecia e querem esse dom para elas, mas eu te pergunto, qual o seu objetivo em "adquirir" esse dom? É para a glória de Deus ou para você se achar o cara por ser usado em tal área? Talvez até ficar famosinho revelando a vida dos irmãos e com isso conseguir agenda? Arrependei-vos raça de víboras!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um dom que está em falta na igreja nos dias de hoje e que nunca vi ou ouvi alguém falando em pedir é o dom de misericórdia (Rm 12:8; Mt 5:7). Misericórdia não é só um sentimento, senão for seguido por uma ação de nada vale. Não adianta olhar pra um mendigo na rua e pensar "coitado, que Deus tenha misericórdia dele", e nada fazer. Quando os dois cegos de Jericó clamaram a Jesus "Senhor, tenha compaixão[1] de nós!" (Mt 20:30), o que Jesus fez não foi somente uma oração, ele fez uma ação; ele agiu e curou aqueles dois cegos. Claro que nós não temos o poder de curar a cegueira ou fazer um paraplégico andar, mas temo o poder de saciar a fome de quem tem fome, pelo menos naquele momento e muitos tendo essa capacidade não fazem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dito isto, agora vou te falar como ser usado por Deus. Comece a observar na sua igreja aquele irmão que sempre vai com o mesmo terno e que nota-se um certo desgaste, chegue nele e fale "irmão, eu queria te dar um terno novo, você aceitaria?". Tenho certeza absoluta que ao chegar em casa, ele dobrará seus joelhos agradecendo à Deus pela benção e a partir daí você ganhará um intercessor junto a Deus pois em agradecimento ele passará a sempre lembrar de você em suas orações. Ele ficará muito mais agradecido do que se tivesse recebido uma profecia de que "essa prova vai passar" [2], tenho certeza disso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Usei o exemplo do terno pois é muito comum no meio pentecostal irmãos irem de terno pra igreja, principalmente obreiros [eu congrego numa Assembléia de Deus] mas poucos sabem o dia a dia desses irmãos e quão custoso foi para ele conseguir comprar esse terno. Pode até ter sido doado. Não falo só de terno, pode ser um sapato também [risos]. Certa vez em conversa com um clérigo eu disse que preferia ser usado nessa área, abençoado as pessoas e a resposta que obtive foi a de que "igreja não é socialismo", o que discordo veementemente. Acho que há quem ache que quando estamos muito carentes de algo essa coisa irá cair do céu ou vai aparecer um valor em nossa conta de forma misteriosa [o que não duvido], mas Deus usa as pessoas para abençoar pessoas. Vejam Paulo que na carta aos Filipenses ele os agradece pela oferta que eles mandaram para Paulo que foi de grande ajuda (Fl 4:15-16). E também vejamos o exemplo dos novos convertidos em Jerusalém que vendiam suas propriedades para ajudar os mais necessitados (At 2:45). Há inúmeros outros exemplos, mas não vou ser exaustivo nesse ponto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Não tenho dinheiro</b><br />
<b><br /></b>
A princípio eu queria focar em princípios bíblicos mas para não ser acusado de hipocrisia eu vou contar meu testemunho de forma bem resumida. Antes da minha conversão eu tinha um negócio paralelo; eu era agiota. Eu até que ganhava uma boa grana para um solteiro. Quando me converti a primeira coisa que fiz foi deixar a agiotagem de lado pois esse trabalho não tem nada de cristão [no Brasil é ilegal cobrar mais do que 1% de juros ao mês; eu chegava a cobrar até 20% a.m], e nesse ínterim a empresa em que trabalhava estava numa situação muito difícil mas mesmo assim, juntando as duas coisas, a perca de receita proveniente da agiotagem [+/- R$ 5.000/mês] aliado aos calotes que passei a ter [boa parte da minha carteira estava empregada na empresa em que trabalhava, logo com a crise fui afetado em duas frentes], minha situação financeira se deteriorou gravemente, mesmo assim Deus havia colocado em meu coração de abençoar um irmão o que foi confirmado por ele mesmo ao me falar que estava orando pela benção que Deus havia colocado no meu coração, mesmo devendo horrores e sem perspectivas de quitar a dívida eu fui lá e comprei não só esse como também outras vezes em que o Senhor colocou em meu coração. Um ano após minha conversão a empresa quebrou, saí nem receber o último salário ou qualquer outra quantia, fiquei dois meses em casa e o Senhor abriu as portas de um emprego melhor do que o que eu tinha antes, ganhando mais e vejam só, sem eu precisar de mandar um CV se quer e melhor ainda com um chefe crente de verdade, um homem temente a Deus.<br />
<br />
Não estou dizendo que se você fizer isso ganhará aquilo, muito pelo contrário, estou apenas querendo mostrar que quando o que fazemos é de coração Deus cuida de nós também, pois está escrito que ele ama quem dá de coração (2 Co 9:7). Eu em momento algum barganheiro com Deus, apenas fiz o que estava em meu coração e fiz o que gostaria que fizessem comigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Tenho um apreço particular muito grande ao capítulo 13 da epístola aos Hebreus que diz "Seja constante o amor fraternal" (v. 1) e mais a frente o autor escreve "Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei." (v. 5). Nessa passagem podemos tirar duas grandes lições: a primeira diz respeito a avareza, as vezes não ajudamos o próximo por pura avareza, não é pelo fato de nossos recursos serem escassos não, é avareza mesmo, pensamos mais em nós do que no próximo e as vezes podemos até pensar "nossa, eu não posso comprar isso nem pra mim, imagine pra outrem" [já me ocorreu esse pensamento]. Então não seja avarento quanto ao dar pois nesse mesmo verso o Senhor promete "de maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei." (v. 5c). Se seu medo é ficar sem comer se lembre que o mesmo Deus que colocou em seu coração para abençoar um irmão é o mesmo que pode colocar no coração de outro irmão para te abençoar!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quando criança meu sonho era tocar teclado, minha vó não tinha condições financeiras para comprar um teclado então ficou só no sonho. Já crente um dia eu tive um sonho no qual eu estava tocando piano, ao acordar pensei comigo mesmo "acho que Deus quer que eu aprenda a tocar teclado" e lembrei de meu sonho de infância, mas ficou nisso mesmo. Outro dia tive outro sonho no qual alguém me ensinava a tocar teclado, ao acordar pensei "vou comprar um teclado!". Comprei o teclado e confesso que aprendi a tocar uma música só e pela metade e deixe o teclado abandonado lá em casa. Nesse tempo o pastor estava orando por um tecladista pois na nossa igreja não tem quem saiba tocar, na verdade até que tem uma jovem de 14 anos que toca teclado porém não tinha teclado. Um dia eu olhei pra ela e Deus falou ao meu coração "dê o teclado para ela." Eu relutei por uns dias mas aquilo me incomodava e muito e pensava "mas eu nem terminei de pagar." Mas percebi que Deus estava usando minha vida para atender o desejo de uma jovem talentosa que queria servir a Cristo na adoração e de uma igreja que precisava de um tecladista. Hoje a banda está completa, graças a Deus!<br />
<br />
Há diversas formas de servir a Cristo, não é só revelando manto ou cantando lá em cima do púlpito, você pode amolecer seu coração e começar a deixar Deus te usar em outras áreas também.<br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
[1] Na Almeida Revista e Atualizada a tradução é "Filho de Davi, tem compaixão de nós!". Mas a palavra Grega traduzida para compaixão vem da mesma raiz da que foi usada para "misericórdia" em Mt. 5:7. ἐλεέω (eléeo).</div>
<div style="text-align: justify;">
[2] Irmãos, há sim profetas em nosso meio, mas também há aqueles que acham que estão falando da parte de Deus mas é tudo coisa do coração. Sempre que alguém começa a profetizar para alguma pessoa e esta está perto de mim eu faço um esforço para ouvir o "manto", grande parte das vezes vejo que são coisas genéricas como "eu estou entrando com providência" e o pior "eu tenho uma grande obra pra você", este último chega até ser clichê. Eu já recebi revelações profundas, mistérios que só Deus sabia, era uma profecia de verdade, mas também já recebi cada profetada que prefiro nem comentar.</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-87878087463237526642019-05-21T11:54:00.000-07:002019-05-21T11:54:08.923-07:00Eleição corporativa ou individual. Inconsistência de Silas Daniel em seu livro Mecânica de Salvação<div style="text-align: justify;">
Dr. H. Orton Wiley é um teólogo Nazareno que escreveu "É lógico que eu prego a ideia de que a predestinação é corporativa" [1] e ao mesmo tempo ele concorda que Deus tem a presciência de quem crerá em Cristo [2], não enxergando a inconsistência dessas duas afirmações.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu quis começar com essa afirmação pois Wiley é um conhecido teólogo arminiano, de origem nazarena, mas o foco da minha análise é no livro Mecânica de Salvação do assembleiano Silas Daniel no qual o dito autor incorre no mesmo erro de Wiley. Em uma parte do seu livro ele, defende de que a eleição e a predestinação são corporativas e em outra parte do livro entra em contradição ao citar a distinção de que Armínio faz do eleito para o crente [3], uma vez que Armínio, apesar de não não ter se posicionado firmemente na questão da perca de salvação, deixando esse debate em aberto, vemos claramente que sua distinção entre eleito e crente deixa bem claro, para o bom entendedor, de que a ideia de eleição corporativa não é uma posição ou um ensino original de Jacó Armínio, como muitos pregam por aí.<br />
<br />
Como eu falei no parágrafo acima, não encontramos em nenhum dos escritos de Armínio algo do tipo "olha, o crente não perde a salvação". Mas a distinção de que Armínio faz do crente para o eleito deixa evidente sua posição. A confusão que se faz são com versos em que a bíblia trata de apostasia. Não podemos negar que há essa possibilidade. É errado falar que a possibilidade de apostasia significa no eleito perdendo a salvação. Se o indivíduo apostatou da fé, isso só significa que ele nunca foi um eleito.<br />
<br />
Paulo escreve para Timóteo que "alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios" (1 Tm 4:1) e mais tarde na segunda carta endereçada a Timóteo ele continua dizendo que "haverá [um] tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças [...] e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas." (2 Tm 4:3-4). Mas isso em nada contrasta com o ensino da eleição. Jesus ensinou que na igreja há tanto joio quanto trigo (Mt 13:24-39), mas eis a diferença; Jesus diz que suas ovelhas ouvem a sua voz e elas o seguem (Jo 10:27), bem diferente daqueles que obedecem espíritos enganadores, conforme Paulo escreve para Timóteo. (1 Tm 4:4), que acabam apostatando ou se desviando da fé verdadeira (1 Jo 2:4).<br />
<br />
Lembremo-nos que da mesma forma que muitos seguiram Jesus tão somente por causa dos pães (Jo 6:26) hoje em dia também há os que buscam a igreja por outros motivos, como bençãos materiais, ou um discurso mais brando, mais massageador conforme já mencionei no parágrafo anterior.<br />
<br />
Então todos esses que estão na igreja buscando apenas bençãos materiais, curas, uma vida sem provas, só de vitória mas que pouco se importam com a salvação ou em levar uma vida de santificação (1 Co 1:1) e que não dão frutos (Jo 15:2) são são os ramos que são cortados. Por falar em ramos que não dão frutos, alguns gostam até de usar o exemplo de João 15 para dizer que Deus "corta" os crentes que vivem uma vida de pecado. Isso não é verdade, pois se assim Deus fizesse ele não estaria sendo justo, ele pode até disciplinar seus filhos verdadeiros (Hb. 12:6), mas daí dizer que ele arranca os crentes da igreja, não, pois Jesus ensinou na parábola que a separação ocorrerá no dia da colheita (Mt. 13:24). Então Deus não vai proibir os não-eleitos de irem para a igreja, porém esses mesmos sairão quando postos a prova como escreve Pedro: "se necessário sejais contristados por várias provações, para que uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;" (1 Pe 1:6-7). Ou seja, o crente de verdade é posto a prova e uma vez confirmado o valor de sua fé, está redundará em louvor e glória em Jesus, já o crente que não é verdadeiro não suportará a prova e sairá da igreja resmungando de tudo e de Deus, pois creem que se Deus é amor (1 Jo 4:8), acham que não deveriam passar por prova alguma.</div>
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Mas voltando ao caso do livro em questão. O autor do livro ao explicar os versos que tratam da eleição, afirma que quando a bíblia fala em eleição, esta se refere ao coletivo ou a Cristo Jesus, pois ele foi o "escolhido (Is 42:1). Mas afirmar isso é afirmar que Deus tinha outras opções além de Jesus e também é dizer que Deus é um e Jesus Cristo é outro, o que é totalmente antibíblico uma vez que "o verbo [Jesus] era Deus" (Jo 1:1) e que Jesus e Deus são um só (Jo 10:30). É óbvio que a questão da trindade é algo muito complexo e é o que os teólogos chamam de <i>mistério </i>[4], então não podemos ler os textos que tratam Jesus como o escolhido ou eleito como uma justificativa para dizer que a eleição é Cristo. Acredito que eles usam esse artifício para confundir a cabeça dos menos interessados, aqueles que não vão a fundo no entendimento de certas doutrinas.<br />
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Não vou aqui descrever todos os artifícios usados pelo autor para dar suporte à essa teoria inconsistente, vou apenas destacar dois. O primeiro está na tentativa de justificar a eleição corporativa usando um artifício linguístico. Ele escreve: "A eleição, portanto, é cristocêntrica [dizendo que Cristo é o eleito]. Mas, não só isso: ela também é corporativa. A Bíblia sempre fala da eleição para Salvação no plural - Deus "nos elegeu" (Ef. 1:4). A única exceção, que confirma a regra, é Romanos 16:13, onde Rufus é chamado de "eleito no Senhor". É óbvio que se há eleição de um povo, há indivíduos eleitos. A salvação não é impessoal. Todavia, quando o assunto é eleição, o foco bíblico recai invariavelmente sobre o grupo, sobre esse "povo" (Ef. 2:14,19) [...] o foco da eleição não é o indivíduo, mas o grupo, o corpo, a Igreja, formada por todos aqueles que creram em Cristo e permanecerão até o fim." [5].<br />
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Esse argumento de que o fato de a palavra eleição estar escrita no plural indicando, portanto a ideia de que o foco da eleição é o grupo é um absurdo, pois as epístolas foram escritas e endereçadas não somente a uma pessoa (exceto as cartas a Timóteo e Tito) e por este motivo tinham que estar no plural. Como que Pedro escrevendo para todos os santos que estavam no Ponto, Galácia, Capadócia, Asia e Bitínia (1 Pe 1:1) iria se referir a eles no singular?<br />
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Vejamos a diferença comparando com uma carta direcionada a uma só pessoa. "Paulo, apóstolo de Cristo Jesus [...] a Timóteo, verdadeiro filho na fé [...]" (1 Tm 1:1-2) e comparemos com a saudação de Paulo aos irmãos em Colossos: "Paulo, apóstolo de Cristo Jesus [...] aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos [...]" (Cl. 1:1-2). Notaram a diferença? Uma foi endereçada à uma pessoa, a outra à várias pessoas, aos santos daquela cidade, ou de várias regiões como foi o caso das cartas de Pedro, então esse argumento de que pelo simples motivo do termo estar no plural significa algo além do que o texto implica é falacioso e não deve ser aceito como argumento.<br />
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O segundo ponto é o fato de o autor não mencionar um texto muito importante para nosso entendimento, que se encontra na segunda epístola de Pedro, onde o apóstolo escreve "Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição;" (2 Pe 1:10). Se o eleito é Cristo, como então que Pedro pede para nós confirmarmos nossa eleição? Ele se dirige aos irmãos, mas o comando é a cada um individualmente, "vossa eleição". Sem contar a já mencionada inconsistência em mencionar um texto de Armínio no qual ele, como já mencionei, ao diferenciar o eleito do não-eleito [crente] deixa claro que ele nunca ensinou sobre eleição corporativa, pois ele se refere ao eleito no singular, em outras palavras, o indivíduo, pois a salvação é individual (Jo 1:12, 3:36, Rm 10:9).<br />
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[1] Traduzido livremente de: Wiley and Others, "Debate over Divine Election," 5,15. Disponível em <<a href="http://evangelicalarminians.org/j-matthew-pinson-individual-election-corporate-election-and-arminianism/">http://evangelicalarminians.org/j-matthew-pinson-individual-election-corporate-election-and-arminianism/</a>>. Acessado em: 16/05/2017.</div>
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[2] H. Orton Wiley et al., 3.</div>
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[3] Arminio, 2015, vol. 1, p. 227.<br />
[4] Somos Todos Teólogos, p. 203<br />
[5] Mecânica de Salvação, p. 429</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-2723739386221229372019-05-11T13:19:00.001-07:002019-05-12T12:16:35.753-07:00Pentecostalismo: manipulação ou ação do Espírito Santo?<div style="text-align: justify;">
O que começou como uma nova era de uma comunhão especial com Deus através do Espírito Santo, hoje tem se transformado em algazarra, gritaria, manipulação de sentimentos e mensagens antropocêntricas que colocam as necessidades do homem à frente do objetivo central do culto, "[onde] o maior é o menor"[1] e há uma busca incessante por aprovação por parte dos fiéis, que na visão de alguns pregadores, mais parecem clientes de suas mensagens do que irmãos em Cristo ávidos pela palavra de Deus.</div>
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Não sou contra as manifestações do Espírito, desde que sejam verdadeiras, sinceras e não precisem de serem manipuladas por pedidos de "glória a Deus". Eu mesmo já chorei muitas vezes aos pés do Senhor ouvindo um louvor, uma pregação carregada de amor, mas isso que vemos hoje de pregadores pedindo para você dar "glória a Deus", falando que se você não der um "glória" é porque você não entendeu a mensagem não é de Deus. Ora, eu numa classe quando entendo o que o professor está falando não vou ficar gritando "é verdade professor". Não há necessidade para isso. Quem gera a mudança é a palavra e não a sua busca incessante por glória. Tem culto que mais parece um programa de auditório onde o apresentador interage com o público. Não que não deva haver manifestação por parte dos fiéis que estão ouvindo a palavra, mas essa manifestação tem que ser espontânea, sincera e não ativada por um pedido do pregador para dar um glória, um aleluia sob ameaça de nos sentirmos burros por não termos entendido a mensagem ou sob ameaça de ir embora por não termos reconhecido que sua mensagem foi "forte" e portanto merecedora de um "gloria a Ti [o pregador e não a Deus, uma vez que Deus pede para adorá-lo em verdade e em espírito]". Quer ir embora vá, da mesma forma que Deus busca verdadeiros adoradores, ele também busca verdadeiros pregadores do Evangelho. Já falo sobre os diferentes ministérios.</div>
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<b>Pregadores itinerantes e do fogo</b></div>
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Vim para Cristo em Março de 2018. De lá para cá foram muitas cabeçadas, desilusões e aprendizados. Uma das coisas que mais me deixa perplexo hoje é essa sobrevalorização do chamado "ministério" e devido a romantização do ministério hoje vemos até cursos online de como ''deslanchar seu ministério''. Eu pensei que ministério era algo mais focado servir a Deus, mas hoje mais parece ser no homem, em trazer a glória para o homem do que levar a mensagem do evangelho ou alimentar o rebanho do Senhor. Pessoas frustradas em suas vidas profissionais enxergam no evangelho uma nova possibilidade de realização profissional: reconhecimento e agendas requisitadas, e claro, dinheiro.</div>
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Há a figura do pregador itinerante, com agendas requisitadas, muitas viagens, fama e dinheiro, e claro, muitos jovens almejam isso para a vida deles também, e a consequência disso é uma disputa por cargos e oportunidades em suas igrejas na esperança de serem reconhecidos e um dia, quem sabe, ser famoso pregando a palavra de Deus. Há muitos homens de Deus nesse ministério, mas há também muitos oportunistas. E o pior de tudo é que muitos querem só o caminho mais fácil, que é, não estudar e pregar "na revelação" ou trechos memorizados de outros pregadores já consagrados, e claro, ter um testemunho forte.</div>
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Ninguém quer enfrentar uma faculdade de teologia de 4 anos, preferem algo mais curto, cursos básicos, leituras de livros ralos para pegar o básico pois o resto é com o "Espírito Santo" que "capacita". Certo dia um pastor foi pregar em nossa igreja, ele tem alguns livros escritos e disse que o seu livro de maior sucesso é o "Como pregar em 12 dias", sem comentários. Vejo até muitos comentários na internet erroneamente apontando para os apóstolos como um exemplo de quem não precisaram fazer uma faculdade. Ora, quer melhor faculdade do que aprender sobre o Evangelho com o próprio Jesus Cristo? Se isso não foi um curso intensivo sobre o Evangelho, então não saberia te responder o que foi. Paulo fala na carta aos Gálatas que o que ele aprendeu sobre o Evangelho foi mediante revelação de Jesus (Gl. 1:11-12) e sabemos muito bem que Paulo ficou um tempo fora do radar após a sua conversão (v. 17), o que ele estava fazendo senão se preparando para o seu chamado ministerial? Mas hoje o que vemos são pessoas que querem sair por aí pregando mensagens de fogo e nada de teologia, pois teologia não lota agenda nem igreja[2], mas mensagens massageadores de ego sim.</div>
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<b>Ministérios</b></div>
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Quem nasceu para ser lagartixa, nunca vai ser crocodilo. Por mais engraçada que essa frase seja, e há muitas variantes dela, ela se aplica muito bem aos dons ministeriais. Ser pastor ou pregador não é uma segunda opção na sua vida, é um chamado divino. Ninguém pode acordar certo dia e dizer "eu vou ser pastor". Paulo escreve que Jesus "concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres." (Ef. 4:11). E infelizmente há quem ache que há uma escadinha, uma hierarquia a ser galgada por méritos próprios até um dia chegar ao pastoreio, e, não tão raro hoje, chegar a ser um "apóstolo" ou deslanchar no ministério itinerante.</div>
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A ordenação ao pastoreio varia muito de igreja para igreja e até denominação para denominação. Das que conheço até hoje a mais rigorosa é a IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil) que diferentemente da Assembleia de Deus por exemplo, não existe escalada hierárquica: começa como cooperador e vai até pastor. Para mais detalhes, clique nesse <a href="https://enarcheenologos.blogspot.com/2019/05/como-me-tonar-um-pastor.html" target="_blank">link</a>.<br />
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O que quero dizer com isso é que, como o próprio texto diz, Jesus estabeleceu uns como "evangelistas" e outros como "pastores". Se Deus quis te fazer um evangelista, seja um bom evangelista, o melhor evangelista possível, mas tem gente que pensando em algo que não é para eles, acaba relegando o dom em busca de algo que não é para você. Paulo escreve "assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberdade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria." (Rm 12:5-8).</div>
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Não busque servir à obra de Cristo por fama ou por dinheiro, faça por amor. Eu confesso que no início da fé quando comecei a receber as tais profecias, vislumbrei uma "carreira" como itinerante, mas hoje já mais maduro, espiritualmente falando, parei de pensar dessa forma. Nunca foi minha intenção ou sonho de ser pastor ou ter nada com o ministério da palavra ou qualquer outro ministério. Eu sou curioso por natureza, não importa a área, sempre estou em busca de respostas, seja na minha área profissional seja agora em relação à teologia. De janeiro para cá, li 14 livros, 12 dos quais são de teologia, e pretendo, se assim Deus permitir cursar teologia em uma faculdade reconhecida pelo MEC para assim aprimorar meus conhecimentos acerca teológicos.</div>
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[1] retirado de uma pregação do Pr. Napolão Falcão onde ele critica hoje a guerra entre pregadores para ver quem é o melhor ou atrai mais glória. Disponível em:<<a href="https://www.youtube.com/watch?v=7ocknS0FJFo">https://www.youtube.com/watch?v=7ocknS0FJFo</a>>. Acesso em: 11/05/2019.</div>
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[2] Hoje graças a Deus isso tem mudado, temos visto congressos e simpósios sobre teologia lotados de pessoas com sede da palavra de Deus. Mas muitos desses eventos são patrocinados ou organizados por organizações de orientação calvinista, o que gera muita intriga da parte dos pastores assembleianos que acusam os fieis assembleianos de estarem "bebendo" de muitas fontes, ora, se não se encontra muitos eventos arminianos, quem tá com sede quer água e acaba indo onde tem. Eu hoje tenho maturidade espiritual e conhecimento teológico para filtrar o que é conhecimento puramente bíblico e o que é arminianismo/calvinismo, então não sou facilmente influenciado, mas há muitos jovens que não têm essa capacidade e acabam infelizmente influenciados pelos calvinistas.</div>
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Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-48164388984010224272019-05-11T09:32:00.000-07:002019-05-11T12:40:04.507-07:00Como me tonar um pastor?<div style="text-align: justify;">
Enquanto escrevia uma análise sobre certos pregadores pentecostais, veio a necessidade de falar sobre o ministério pastoral, e para que meu artigo anterior não ficasse tão grande, decidi escrever sobre o chamado pastoral de forma separada.</div>
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O processo para se tornar um pastor varia de denominação para denominação e dentro da denominação pode também haver diferenças. Das que tenho conhecimento, o processo mais rígido e longo é o da IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil).</div>
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Vale salientar que em algumas denominações e igrejas o pastor não é obrigado a ter um diploma de nível superior em teologia, como é o exemplo das Assembléias de Deus, aliás, nas ADs [forma abreviada] você nem precisa ser pastor para dirigir uma igreja; explico.</div>
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Na Assembléia de Deus, o aspirante ao pastorado tem que começar "de baixo"; como cooperador. O cooperador, como o próprio nome diz, coopera nas atividades da igreja, desde levar água até o púlpito, a ficar na portaria entre outras atividades, e este não precisa ser casado. Já o Diácono, tem que ser casado (1 Tm 3:12), além dos outros requisitos citados em 1 Timóteo 3. É como se fosse uma escada hierárquica, onde começa pela cooperação, depois vai pra o diaconato, presbitério, vira evangelista e depois pastor. O pastor depois pode depois vir a ser um pastor setorial, responsável por uma região composta por uma igreja sub-sede e congregações. Devido à carga de trabalho e tamanho da igreja (geralmente maior do que as congregações) o pastor setorial pode trabalhar em regime de dedicação integral ou não. Algumas congregações também devido ao seu tamanho podem ter um pastor em tempo integral e assalariado. Já no tocante ao pastoreio, o Evangelista já está apto para dirigir uma congregação, ou seja, pastorear uma igreja. </div>
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Para ser um pastor na AD tem que [até onde sei] por obrigatoriedade passar por todos os cargos, mas nem todos os cooperadores, diáconos, presbíteros e evangelistas um dia se tornarão pastores. Alguém pode chegar ao diaconato e ser diácono até a morte. Mas alguns jovens aspirantes são ávidos por "promoções" e muitos sonham em dirigir uma congregação, mesmo sem saber se este é o chamado que Deus tem pra vida deles. É aí, na minha opinião, que mora o problema. Eu vou pular para o funcionamento da vocação pastoral na IPB e depois volto para a AD.</div>
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Na IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil) não há ascensão e o pastor tem por obrigatoriedade ir para um seminário e o processo não é tão simples, pois não basta ele achar que tem vocação [eles não chamam de chamado], sua vocação tem que ser "comprovada" pelo presbitério que vai analisar o aspirante e decide se ele via ou não para o seminário. Ao entrar no site do Seminário JMC na parte onde fala do vestibular você vai notar que há uma série de pre-requisitos para entrar no seminário. Não é qualquer membro de uma Igreja Presbiteriana que pode entrar num Seminário Presbiteriano, você pode até fazer uma faculdade de teologia no Mackenzie, mas se quiser ser ministro da IPB, terá que fazer do jeito deles.</div>
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Tem que ter no mínimo 3 anos de membro de uma igreja e é o presbitério quem envia o candidato para o seminário, este terá que passar no vestibular do seminário e um pastor o acompanhará durante sua formação. Após formado pelo seminário, que dura entre 4 e 5 anos e depois de ter passado por vários processos e provas, se aprovado ele passa a ser um pastor licenciado e ficará sob a tutela de um pastor ordenado [experiente] por um período que varia de 1 a 3 anos. Mais detalhes você encontra neste <a href="https://blogdopastorvaldemir.blogspot.com/2010/09/duvida-internauta-diferenca-entre.html?showComment=1557587469540#c9112719093708270587" target="_blank">link</a>. Como vemos, eles tão muita ênfase na formação teórica do aspirante ao pastoreio. Em uma troca de mensagens com um membro da IPB ele me falou que durante o tempo em que você se apresenta ao presbitério como um aspirante, eles passam a te avaliar, te indicando livros para sua leitura e estudo e acompanhando-o de perto. Não é tão simples como em algumas outras igrejas.</div>
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E diferentemente das ADs, o futuro pastor não precisa passar pelos outros "cargos" [cooperador, diácono, presbítero, evangelista], pois entende-se que cada um desses é um chamado distinto e não pre-requisito para o pastoreio. De fato, na bíblia não encontramos nada similar à dita ascensão hierárquica.<br />
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Voltando à questão da escada hierárquica na AD. Como eu falei, essa escada hierárquica pode gerar certa desilusão por parte de alguns, principalmente, como falei antes, pelo fato da romantização do ministério dentro das ADs e das famosas profetadas, onde jovens recém convertidos ou até evangélicos de berço recebem "profecias" de que Deus os separaram desde o ventre para "uma grande" obra, e todos quase que sempre assimilam essa "grande obra" à direção de uma congregação algum dia ou ao ministério itinerante. Primeiro que muitas das vezes essas chamadas profecias não passam de profetadas, e segundo que esses jovens passam a almejar essa possibilidade com unhas e dentes, mas não querem passar pelo caminho que seria o mais certo; cursar uma faculdade teológica. Seja por medo, seja por não achar necessário.<br />
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Porque mencionei medo. Medo pois a decisão de cursar uma faculdade é uma decisão séria, pois um curso superior tem uma duração de quatro anos e um custo que para muitos é ainda elevado e abocanha boa parte de seu orçamento. Se você é solteiro, vão tentar te convencer a fazer um curso que lhe "pague" um bom salário, que tenha boas oportunidades de emprego futuramente e que de maneira alguma você deve cursar teologia. Há pros e contras a respeito desse raciocínio, e a opinião que deixo aqui é puramente pessoal. Eu creio que se você está em dúvida se deva ou não cursar uma faculdade de teologia com medo de depois se arrepender, você ainda não sabe qual é o seu chamado. Você quer cursar uma faculdade com alta empregabilidade e depois "ver no que vai dar", você não tem certeza do seu chamado. Eu acredito que ser pastor é algo sério, e também não é algo que acontecerá da noite para o dia, requer maturidade e preparo. Eu não relegaria a parte do preparo intelectual, pois não basta "pregar" como muitos por aí pregam e depois ficar procurando na internet as respostas para as perguntas que as ovelhas vão te fazer, você tem uma responsabilidade com Deus, de alimentar o rebanho e para isso você tem que se preparar, e não vai ser fazendo um cursinho online que atingirá esse objetivo.<br />
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E por incrível que pareca ainda há quem ache que não é necessário um preparo mais rígido como só o que uma faculdade pode proporcionar. Você pode ser o mais estudioso possível, mas você nunca terá o rigor que uma faculdade exige de seus alunos. Você pode fazer um curso básico, médio ou bacharel livre online, que seja, mas esses nunca vão te dar o preparo que uma faculdade de quatro anos te daria. Paulo fala que aquele que ensina, que faça-o com zelo e capricho (Rm 12:7).</div>
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Eu gostaria de falar sobre o processo nas igrejas batistas, mas isso vai variar de acordo com cada igreja, pois como a batista é uma igreja de governo congregacional, este pode variar de igreja para igreja, mas as mais tradicionais seguem um padrão no quesito formação teológica. Eu vou deixar aqui um link para uma cerimônia de ordenação de um novo pastor da Igreja Batista Redenção, pastoreada pelo Pr. Marcos Granconato, conhecido debatedor do Vejam Só! na qual ele [Pr. Granconato] fala acerca do processo pelo qual o Pr. Isaac passou até esse dia [sua ordenação]. Basta clicar <a href="https://youtu.be/nJ_KKxe560o" target="_blank">aqui </a>para assistir o vídeo. E neste outro <a href="http://igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1122:quero-ser-pastor-e-agora-parte-1&catid=17:pastoral&Itemid=114#.XNbuFzBKjX4" target="_blank">link </a>você tem acesso a um artigo escrito pelo Pr. Granconato para quem almeja o pastorado.<br />
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Eu citei aqui dois exemplos de duas grandes instituições eclesiásticas brasileiras, a Igreja Presbiteriana do Brasil, que como o próprio nome diz é uma igreja presbiteriana e a Assembléia de Deus que é uma igreja pentecostal que é dividida em três grandes vertentes chamadas de ministérios, são eles: AD Ministério Madureira, AD Ministério Belém e AD Ministério Ipiranga. Vale salientar aqui que há outras igrejas que se intitulam Assembléia de Deus que seguem basicamente as mesmas linhas doutrinárias mas não são parte de nenhum dos três ministérios que citei. Estas três são históricas e outras são mais recentes, mas como geralmente têm origem em alguma das outras Assembleias, o modus operandi é basicamente o mesmo.<br />
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E claro, tem também as igrejas independentes que não estão ligadas à nenhuma denominação e que não seguem um modelo padrão. Eu sei de uma igreja em que o pastor principal se auto-consagrou pastor, começou com um pequeno grupo se reunindo em casa e hoje é uma grande igreja. Os pastores auxiliares foram todos treinados e consagrados por ele, bem como assim são os futuros obreiros.</div>
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<b>Formação</b></div>
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Como escrito acima, a IPB dá muita ênfase à formação teológica do aspirante ao santo ministério. A própria estrutura da IPB é composta por 9 seminários para a formação de seus pastores e também é a mantedora da Universidade Presbiteriana Mackenzie que oferece um curso de Bacharelado em Teologia, porém esse curso não é para a formação dos pastores presbiterianos, sendo que esta é a função dos Seminários. O motivo da diferença entre o curso do Mackenzie e dos Seminários está na questão do reconhecimento do curso por parte do MEC e os requisitos para isso. É um assunto totalmente à parte do objetivo dessa análise.</div>
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A IPB também é a fundadora e mantedora do Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper que visa à continuidade da formação dos seus pastores e de outras denominações, oferecendo cursos de pós-graduação tanto de mestrado quanto de doutorado. Vale salientar que também esses cursos não têm chancela do MEC e não é o objetivo do CPAJ em obtê-los. </div>
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Enquanto que os pastores presbiterianos têm uma formação sólida, passando por um seminário de quatro anos em tempo integral ou cinco anos caso cursado à noite, no caso das ADs não há tanta rigidez. É comum encontrar três níveis de cursos de teologia comumente cursado por obreiros assembleianos, sendo eles o nível básico, médio e bacharel livre. </div>
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Não há uma padronização na oferta dos cursos e geralmente ou são oferecidos na forma EaD ou presencial com aulas uma vez por semana ou até três vezes por semana, como é o caso do curso de Bacharelado livre em Teologia do IETEB que tem duração de três anos e a frequência das aulas é de três vezes por semana. É comum encontrar pastores que fizeram apenas cursos básicos, médios e os bacharéis livres, e até pastores que não fizeram nenhum dos três. </div>
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Claro que há sim outros seminários e faculdades com cursos presenciais de quatro anos. Como por exemplo a Faculdade Batista de São Paulo cujo bacharelado tem duração de quatro anos e também é reconhecido pelo MEC. Seguem também na mesma esteira a Universidade Mackenzie e a Metodista de São Paulo.</div>
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Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-30477155629414441512019-05-10T02:15:00.003-07:002019-06-14T20:10:54.065-07:00Cuidado com o Devorador<div style="text-align: justify;">
Antes de mais nada quero deixar muito bem claro que não sou contra o dízimo. Sou contra sim as ameaças e falsas promessas que sempre têm num sermão onde o dízimo é o foco. Confesso que meu sangue ferve quando ouço coisas do tipo "Dê o dízimo para que o devorador não toque nas suas finanças." Ou "Quem dizima, é abençoado." Mas e na prática como é isso? Vejo igrejas com muitos membros e nunca vi nenhuma Ferrari lá, ou alguém pousando de helicóptero (talvez algum "dono" de igreja sim), significando que o irmão foi abençoado por ser um bom dizimista.</div>
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A desculpa é sempre a mesma: ser abençoado não é só ter dinheiro. Olha a conversa fiada, na hora de pregar sobre dízimo e dizer que Deus vai abrir os celeiros do céu se trata de dinheiro, mas na hora de dar uma desculpa por não sermos abençoados financeiramente aí o tom da conversa muda; a definição de "benção" já é outra.</div>
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Eu creio sim que o crente deve dizimar e ofertar para manter os serviços da casa do Senhor em pleno funcionamento. O dinheiro do aluguel da igreja não cai do céu, as contas de luz, internet, água também não são pagas de forma miraculosa, todas essas contas e mais outras são pagas com dinheiro oriundo dos dízimos e ofertas. O que acho errado são as promessas surreais de "bençãos" e ameaças de que o devorador está aí só esperando você não dar o dízimo para destruir suas finanças. Sangue de Jesus tem poder! Para falar uma bobeira dessas você terá que concordar com as seguintes afirmações: 1. Deus é vingativo, pois apesar de ter sido misericordioso para nos agraciar com a vida eterna, ele está só esperando nós vacilarmos para se vingar da forma mais cruel: atingindo as finanças que são parte fundamental para a vida das famílias. Que Deus mau! E o pão de cada dia fica onde? (Mt. 6:33) Me parece que Deus está esperando que o crente não dê o dízimo para deixá-lo só no pão e água. 2. E se você falar que por Deus ser santo e não fazer esse tipo de coisa, terá que concordar que ele é igualmente mau por deixar o Satanás fazer isso - pois se como dizem que o devorador é o satanás - ele ao perceber que o crente não deu o dízimo, vai lá no terceiro céu e pede a aprovação de Deus para bagunçar a vida do crente (Jó 1:12) e Deus em sua infinita "bondade" o permite para dar uma lição no crente desobediente.</div>
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Eu já ouvi dizer que o crente que não dizima não vai pro céu, pois ele está roubando Deus e os ladrões não vão pro céu (1 Co 6:10). Nem vou entrar no mérito dessa questão. Se Jesus voltasse hoje, muitas crianças e adolescentes iriam pro inferno, pois não dão a décima parte de suas mesadas. Já pensou nisso? Você pode até alegar que o pai já deu o dízimo, então o montante da mesada estaria livre do "imposto celestial", mas se fosse assim, os funcionários de um fazendeiro que é dizimista e dá o dízimo de sua colheita não precisariam dizimar pois o patrão já deu.</div>
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Vamos para outro cenário baseado na promessa de que se eu dizimar o devorador não tocará nas minhas finanças. Eu sou um trabalhador normal que troco meu tempo por uma remuneração, isso no setor privado, e estou sujeito às mudanças econômicas: país entra em crise, empresas demitem etc. Então eu tenho que estar em constante alerta para não ser pego pelo devorador, pois se eu der o dízimo direitinho, mesmo se a empresa em que eu trabalho me desligar, Deus é obrigado a me dar outro trabalho, certo? Errado, e já vou dar explicações econômicas para isso. Agora vamos para um crente concursado. Felipe Labaxuria é funcionário público, ele vez ou outra oferta alguma quantia para a casa do Senhor, mas não é fiel nem nas ofertas e nem nos dízimos. Me responda, no caso de alguém que trabalha no setor privado e por este motivo não tem estabilidade, ou seja, pode ser desligado a qualquer momento, nesse caso seria muito fácil para o "devorador" pegar ele, bastaria fazer com que ele fosse desligado da empresa. Mas e no caso do Felipe Labaxuria que tem estabilidade e não pode ser mandado embora, como que o devorador vai pegar ele? Tenho algumas idéias: ele poderia ser acometido por alguma enfermidade fazendo com que ele gastasse seu salário com remédios, consultas etc, e/ou o devorador podia fazer alguém bater no carro do Felipe e fugir assim Felipe iria assumir os prejuízos, e isso poderia ser feito várias vezes até Felipe desistir de ter carro (ou não ter mais condições de ter um), e quando ele não tivesse mais carro o devorador arrumaria outra forma criativa de castigar Felipe. Duas formas simples de atingir as finanças de Felipe. Mas que Deus é esse que busca formas de punir seus filhos de uma forma tão brutal?<br />
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E enquanto as promessas? Eu sou novo convertido (me converti em mar/2018) mas já ouvi cada coisa. Em uma ocasião o pastor falou que passou um bom tempo como cooperador pois ele não era um dizimista fiel, foi somente a partir do momento em que ele começou a ser fiel nos dízimos que seu "ministério decolou" além do mais, ele foi promovido várias vezes.<br />
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Não são rara as vezes em que ouço de que o segredo da prosperidade está no dízimo, e citando o texto de Malaquias o pastor até mencionam "[...] e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las." (Ml 3:10 NVI) e os irmãos dão aquele glória a Deus. Hoje sabemos que naquela época a economia era baseada na agricultura e pastoreio, então o texto faz muito sentido quando diz que não haverá local grande o suficiente para guardar a produção (trigo, cevada, etc) mas hoje em dia, há bastante lugar sim, na minha conta bancária cabe o quanto quiserem colocar lá, pode por R$ 1 milhão, R$ 100 milhões que cabe tranquilamente, e até hoje espero essa abundância, meu celeiro ainda não encheu!<br />
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Eu queria entender como seria o processo de castigo e benção nos dias atuais. Na época de Israel, era simples, eu fui criado na roça sei como funciona, na época de chuva, planta-se espera-se o tempo determinado e colhe-se o que plantou, então se eu não dizimasse esse ano, poderia esperar uma colheita bem rala no próximo ano. Mas e nos dias atuais, se eu não dizimar, quando que o devorador vem me pegar? No próximo ano? E como está escrito no texto, basta dizimar que na próxima colheita as comportas dos céus se abrirão, então logicamente o dízimo seria maior e talvez no próximo ano poderíamos nós esperar uma colheita ainda maior? A cada ano uma colheita maior do que a outra, que benção, esse tipo de retorno é bem melhor do que qualquer Fundo de investimento. Aplicando o texto nos dias atuais poderia eu esperar um aumento salarial no próximo ano? Se o aumento fosse na casa dos 10% a.a, e eu começasse a carreira ganhando um salário de R$ 2.000 por mês, em 30 anos eu estaria ganhando R$ 34.898. Que benção meus irmãos, vamos todos dizimar!<br />
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Quantas pessoas você conhece que ganham esse valor? Eu já conheci um diretor que ganhava próximo a esse montante, ele nem evangélico era, era espírita, mas ele estudou muito e era extremamente inteligente, fruto de muito estudo. Se essa lógica se aplicasse aos dias de hoje, mesmo que fosse verdade, e todos os crentes ganhassem aumentos reais todos os anos, iria acontecer duas coisas: 1. muitas pessoas vendo seus irmãos crentes viriam pra igreja em busca de bençãos materiais e não salvação e 2. como o mercado não funciona dessa maneira, a inflação comeria o poder de compra do dinheiro, fazendo com que, apesar do aumento nominal, o valor real ficasse estável ou até menor (inflação).</div>
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Sobre oferta. Em certa ocasião eu ouvi dizer que o dízimo era pra repreender o devorador e a oferta para receber a benção. Então você dizimando estaria repreendendo o devorador e ofertando Deus lhe abençoaria com mais dinheiro. Vejo várias igrejinhas com irmãos em condições normais, então se é verdade a afirmação acima não me resta outra alternativa a pensar, ou os irmãos não estão dizimando ou não estão ofertando, pois eu sempre passo aqui e ainda não vi nenhum Audi, Sportage estacionado em frente da igreja, pois se for verdade que as ofertas trazem bençãos e a lógica que descrevi em parágrafos acima estiver certa, todo ano os irmãos estariam melhores financeiramente e teriam condições de comprar belos carros, mas se não é assim na prática. Onde está o problema? Será se é na fé? Agora vamos analisar essa outra questão; desculpa de fé.<br />
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Sabe-se que há diversos textos em que a bíblia diz que se pedirmos com <b>fé </b>Deus irá atender (Jo 14:13; Mc 11:24) e eu já escrevi isso aqui. Mas se é só pedir com fé então Deus atende? É muito dizer isso, pois se o irmão chegar no pastor e reclamar que até agora nada de Deus aparecer com a benção o pastor pode simplesmente dizer que o irmão não pediu com fé o bastante. Aí eu te pergunto, faltou fé da parte de Paulo para que ele não curasse Timóteo? Ou quando Paulo pediu a Deus para que tirasse o espinho de sua carne e Deus falou "não", faltou fé da parte de Paulo?</div>
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Eu poderia descrever alguns outros cenários que colocaria em total descrédito essa triste prática de ameaças e falsas bençãos acerca do dízimo, mas vou parar por aqui. Antes que me venham com o relato de Abraão e Melck de Gênesis 14, <a href="https://enarcheenologos.blogspot.com/2019/02/genesis-14.html" target="_blank">leiam aqui</a> o que escrevi sobre isso.<br />
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No Novo Testamento não temos nenhum relato sobre a quantia exata a ser dada como "dízimo". Temos sim relatos de Paulo fazendo coleta de ofertas (2 Co 8,9), Paulo agradecendo aos Filipenses por terem enviado ofertas para ele (Fl. 4), vemos em Atos os irmãos dando dinheiro aos apóstolos para ajudar na obra (At 5), Paulo fala que o obreiro é digno do seu salário (1 Tm 5), e assim como o dinheiro do aluguel da igreja onde nos reunimos para adorar a Deus não cai do céu, também não vai cair o dinheiro para pagar o pastor. Alguns podem até falar que pastor não é profissão e que deveria ser um trabalho voluntário, mas se formar não custa barato e dependendo do tamanho da igreja o pastor não consegue trabalhar fora.<br />
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Alguns até mencionam o relato do Senhor Jesus confrontando os Fariseus acerca do dízimo da hortelã (Mt 23), mas vamos separar o objetivo de cada narrativa, pois se formos levar ao pé da letra tudo o que Jesus falou, era pra eu estar sem meus dois olhos pois Jesus disse que se meu olho me fizesse pecar eu deveria arrancá-lo (Mt 18).<br />
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Meu relato pessoal. Eu dou os 10% do que ganho e sempre que posso, oferto, não por conta do que está escrito em Malaquias pois eu sei ler interpretar a bíblia e sei que é para Israel e o que é para a Igreja e não me deixo iludir pelo discurso dos pastores despreparados ou mal intencionados pois eu prefiro ficar com 2 Co 9:7 onde diz que "Deus ama quem dá com alegria." Se eu dizimar esperando uma benção, isso não é por alegria e sim por interesse. Se Deus quiser me abençoar; ele é Deus, senão quiser, ele continua sendo Deus.</div>
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Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1).</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-90254137470655009522019-05-07T07:57:00.000-07:002019-05-08T21:51:00.240-07:00Tudo o que eu pedir Deus fará. Será que a Bíblia ensina isso mesmo?<div style="text-align: justify;">
Paulo falou pra Timóteo que haveria um tempo em que as pessoas não aguentando a sã doutrina iriam atrás de mestres que pregam o que eles querem ouvir. (2 Tm 4:3). Vemos muito isso hoje em dia, e afirmo que não é só nas igrejas neopentecostais onde reina a teologia da prosperidade. Em igrejas pentecostais tradicionais também há um certo exagero, principalmente por parte dos conhecidos pregadores itinerantes. Não falo só na parte da prosperidade, mas em outro evangelho que está em moda; o evangelho do triunfalismo.</div>
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Carregado de mensagens que massageiam o ego e sermões carregados de chavões como "a vitória vai entrar na sua casa", "tem livramento pra sua casa hoje", "está vindo uma chuva de bençãos" entre outros. Não que não devamos buscar ter uma vida confortável, ter paz, saúde e tranquilidade. Isso todos buscam independentemente de estarem ou não na igreja. O problema está no exagero, pois tem pregador que só sabe pregar isso e usa versículos separados para dizer que Deus quer que você seja "abençoado", faz parecer Deus o gênio da lampada mágica e que está sempre esperando para atender às suas orações e quando vem a prova, é sempre culpa do diabo.<br />
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Esse tipo de sermão se utiliza de um recurso que eu chamo de <b>exposição seletiva</b>, uma exposição apenas daqueles versículos que dão suporte à ideia do sermão, mas que quando lido no contexto geral da bíblia temos um outro entendimento, uma vez que a bíblia não se contradiz. E as pessoas adoram esse tipo de mensagem, ninguém quer ouvir a verdade ou um sermão mais expositivo.</div>
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Sem contar os "atos proféticos" ou "liberação de palavras" em que o pregador pede para você levantar a mão para receber o ato ou a palavra, dando a entender que se o crente não levantar a mão, Deus vai negar a "benção". Fico imaginando depois encontrar o dito pregador tempos depois e falar pra ele que a benção não veio, imagine a cena na qual o questiona e ele pergunta: - irmão você levantou a mão? Porque pra receber a benção tinha que levantar a mão, caso contrário eu não me responsabilizo. Chega a ser hilário, e pior talvez é escutar um "você não teve fé", afinal a bíblia diz que tudo o que pedir crendo receberemos. (Mc 11:24). Não é mesmo? Não é bem assim!</div>
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Agora que desabafei vamos para os versos. Como falei e deveria ser de conhecimento de todo mundo, a bíblia ela não se contradiz. Tem uma frase muito conhecida que é mais ou menos assim: "texto fora de contexto vira pretexto". Eu vou mais além, pois não deve ser levado em consideração somente o contexto do verso, como parágrafos anteriores e posteriores ou só o livro, mas sim toda a bíblia, pois pode ser que em outro livro há um verso complementar e eu vou mostrar isso agora.</div>
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Eu mencionei Mc 11:24 que está escrito assim "Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco." Há o mais famoso de todos que diz assim "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á." (Mt 7:7-8). Jesus vai além e diz "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito." (Jo 15:7). "E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei." (Jo 14:13-14). Enfim, há vários textos que dão a ideia de que basta eu pedir, se tiver fé, Deus fará o que leva o crente a pensar em duas coisas: (1) se eu não recebi é porque não tive fé ou (2) ainda não é o tempo certo de receber a benção. Não foi assim que o pastor ou algum líder te falou?</div>
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O verso-chave para entender todos esses não está nos evangelhos, mas sim na primeira epístola de João onde ele diz "E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve." (1 Jo 5:14). Matou a charada. Se você não recebeu o que há tempos vem pedindo, não é falta de fé irmão, talvez isso signifique que não <b>é da vontade de Deus que você receba o que vem pedindo</b>. Por exemplo que ele faça aquela vizinha que vive em baile funk se apaixone por você, na oração você diz que vai levar ela pra igreja pra ela se converter. Muda o foco da oração irmão.</div>
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Amados, há uma diferença no objetivo dos evangelhos e das epístolas. Como João falou no final do evangelho escrito por ele que se fosse pra relatar tudo o que Jesus fez "nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos." (Jo 20:25). Isso vale para o que Jesus falou e ensinou também, pois os evangelhos não são um tratado exaustivo, em outras palavras nem tudo o que Jesus fez ou disse está contido nos evangelhos. Podemos dizer que o que Pedro, Tiago, João escreveram em suas epístolas é fruto dos ensinamentos do Senhor Jesus [do tempo que passaram com ele], aqui inclui Paulo também que recebeu o evangelho mediante revelação de Jesus (Gl. 1:11-12). </div>
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Ao ler Mt 7:7, Jo 15:7, 14:13-14 temos que ter em mente 1 Jo 5:14! Nossas pedidos em oração serão atendidos se estiverem de acordo com a vontade de Deus. Fale a verdade, quem nunca pediu pra ganhar um prêmio seja na mega-sena, sorteio ou algo parecido e até prometeu pra Deus que se ganhasse doaria parte pra caridade, igreja, ou pobres? Já imaginou se Deus concedesse tudo o quanto pedimos? Iriamos morrer de fome, pois todo mundo iria querer ser rico e não teria ninguém pra fazer os trabalhos que ninguém faria em condições normais [economicamente falando isso seria impossível, mas não entrarei no detalhe aqui pois teria que descrever alguns conceitos das ciências econômicas].</div>
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Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-12967631456386010362019-05-07T00:26:00.000-07:002019-05-16T12:08:38.370-07:00Por que não creio "no Batismo com o Espírito Santo" como é pregado hoje.<div style="text-align: justify;">
Não vou aqui fazer uma introdução bonita nos moldes do que chamo "estilo americano" [1] ou como os jornalistas gostam de fazer em suas matérias. Se você veio até aqui você já sabe a história do pentecostalismo e está familiarizado com o debate acerca do batismo com o Espírito Santo. Vamos direto ao assunto.</div>
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Então o termo "batismo com Espírito Santo" é muito utilizado para descrever o que chamam de "segunda benção" ou um "enchimento do Espírito Santo". Quando confessamos que Jesus é o Senhor, ele nos sela com o Espírito Santo (Ef. 1:13-14), e o Espírito Santo passa a habitar em nós (1 Co 6:19), mas para os pentecostais há ainda uma segunda vinda do Espírito Santo que te encherá de uma maneira sobrenatural e a única forma de saber que você recebeu esse segundo enchimento do Espírito é falar em línguas [estranhas]. Eles tomam como base o livro de Atos, onde de fato, vemos em três ocasiões pessoas falando em línguas e profetizando após o recebimento do Espírito. Porém, vale ressaltar que o livro de Atos é um livro cujo estilo literário é conhecido como descritivo, pois ele narra uma história, ou seja, sequência de eventos e não tem como objetivo ser uma norma, como é o caso das epístolas, mas os irmãos passaram a dizer que Atos é sim uma narrativa. Em outra parte eu vou descrever as dificuldades que tenho com esse pensamento.</div>
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Fora o livro de Atos, nós vemos esse assunto sendo tratado na primeira carta de Paulo à igreja de Corinto, que de fato é um livro normativo. Mas antes de entrar na carta aos coríntios eu quero descrever aqui rapidamente sobre as ocorrências do livro de Atos.</div>
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Em Atos 2:4 lemos pela primeira vez do fenômeno falar em línguas, já aqui temos muitos argumentos acerca da natureza dessas línguas; uns dizem que são línguas estranhas e outros que são línguas humanas. Não vou entrar nessa disputa, apenas vou falar dos objetivos de cada relato. Aqui temos o dia de Pentecostes, muitos peregrinos vindo para Jerusalém, uma boa oportunidade para de forma <b>eficiente</b> falar de Jesus Cristo. Foi por isso que o Senhor antes de subir aos céus falou para que ficassem em Jerusalém (At 1:4) para que no dia certo eles fossem usados para proclamar às boas novas de uma forma sobrenatural.</div>
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Chegado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar (v. 1) e eles foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas (v. 3-4) de forma que os peregrinos que vinham para Jerusalém ouviam em suas próprias línguas (v. 8). Pedro depois de explicar tudo o que aconteceu, muitos foram convertidos (v. 41). Como vemos aqui as línguas tinham um objetivo de proclamar as boas novas, como que um judeu iria falar de Jesus para um medo sem saber falar a sua língua? E também serviu de um sinal externo, um poder sobrenatural, que só podia ser de Deus. O fato é que Jesus antes de partir falou-lhes que eles receberiam poder do Espírito [tão somente] para servirem de testemunhas de Cristo. (v. 8).</div>
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Agora vamos para outra parte muito usada: a oração de Pedro e João e o recebimento do Espírito pelos Samaritanos. Sabemos que após o dia de pentecostes a coisa ficou estreita para o lado dos apóstolos devido as perseguições. Enquanto os Apóstolos ficaram em Jerusalém (v. 8:1) e os outros discípulos saíram anunciando o evangelho. Através da pregação e realização de sinais e prodígios de Felipe em Samaria, muitos creram e isso chegou até os ouvidos dos apóstolos que foram até lá conferir, aí chegamos na parte onde Pedro e João impondo as mãos nos novos convertidos, eles recebiam o Espírito Santo. Aqui não vemos manifestação sobrenatural, porém pelo fato de Simão o mágico ter mostrado interesse em "adquirir" esse dom de fazer com que recebessem o Espírito Santo, dá a entender que houve uma manifestação sobrenatural, eu até concordo com isso, mas vamos entender o motivo pelo qual João e Pedro foram enviados e porque eles não haviam ainda recebido o Espírito Santo. Note também aqui que não é usado o termo "batizado com o Espírito Santo".</div>
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Quem conhece de bíblia sabe da rixa dos judeus com os samaritanos que remonta a época dos Reis, e isso fica evidente em Lucas 9:51 quando João perguntou pra Jesus se este queria que eles [João e Tiago] mandasse descer fogo do céu para consumir os samaritanos, remontando ao episódio de Elias e os israelitas quando Elias mandava descer fogo e os consumia. Então era preciso que João visse que o evangelho era também para os samaritanos e não somente para os judeus, e qual outra forma de provar para ele que os samaritanos também estavam no plano de Deus senão uma experiência <i>in loco</i>? Por isso João foi com Pedro. </div>
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Olha que interessante agora, logo mais Felipe prega para o eunuco e não vemos nenhum relato do eunuco falando em línguas ou profetizando!</div>
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Agora vamos para Pedro na casa de Cornélio e a inclusão dos gentios no capítulo 10. Os judeus não podiam nem ficar perto de um gentio (At 10.28) que dirá imaginar que eles estavam inclusos no projeto de Deus, embora Jesus já tivesse lhes falado que eles [os apóstolos] seriam testemunhas até os confins da terra (At 1.8). Então Pedro está lá, falando das coisas de Deus e de repente o Espírito Santo cai sobre todos os que estavam ouvindo as palavras de Pedro e estes começam a falar em línguas e a profetizarem (v. 44-46), o que foi isso senão Deus falando para Pedro que os gentios também estavam no projeto de Deus? Agora vamos nos atentar as palavras do próprio Pedro quando ele diz "pode alguém recusar a água [batismo com água], para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?" (v. 47). Está nítido aqui o objetivo dessa manifestação sobrenatural.</div>
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Até agora podemos notar um padrão: onde houve manifestação de línguas, o número de fieis presente era superior a um e vou explicar o porquê da relevância dessa informação. Lembra que após a pregação de Felipe em Samaria ele pregou para o eunuco? Pois é, ele não precisou de uma experiência sobrenatural para crer no Senhor Jesus. Outra prova de que os sinais e prodígios serviam para testemunhar que Cristo era o Caminho está na cura de Enéias. Pedro vendo Enéias que há anos era paralítico, falou "Enéias, Jesus Cristo te cura! Levanta-te e arruma o teu leito." (At 9:34) e qual foi o resultado desse prodígio realizado por Pedro? Lemos em seguida "Viram-no todos os habitantes de Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor." (v. 35). Não precisou de ninguém falar em línguas para que eles se convencessem de que Jesus é o Senhor e se converteram. </div>
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Agora vamos para o último relato do livro de Atos sobre manifestação de línguas, no capítulo 19. Paulo vendo uns discípulos pergunta se eles haviam recebido o Espírito Santo e estes lhe responderam dizendo que nem sabiam o que era esse tal Espírito Santo, dando a entender que eles eram discípulos de João e não ouviram o sermão de João Batista acerca do Batismo de Jesus (Mt 3:11-12). Então Paulo impondo-lhes as mãos estes recebem o Espírito Santo e começam a falar em línguas e a profetizar, servindo de sinal de uns para os outros.</div>
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Outro caso de muita confusão é acerca da menção do "batismo com o Espírito Santo" mencionado por João e que muitos inferem o segundo batismo a esse termo. Mas isso não pode ser entendido dessa forma, pois ao fazer isso, estaremos ignorando a regra de ouro da interpretação bíblica: o contexto. Pois em Mateus 3:11 quando João compara o seu batismo [do arrependimento] com o batismo do Senhor Jesus dizendo que o batismo de Jesus é com o Espírito Santo, ele está apenas dizendo que ao confessarmos Jesus como nosso Senhor recebermos o Espírito Santo que é o penhor de nossa herança (Ef. 1:13-14), tanto é que João não apenas menciona o batismo com o Espírito Santo mas fala do batismo com fogo e que muitos irmãos ignorando o verso doze afirmam que o fogo é um fogo bom, ora, se João menciona dois batismo no verso onze e no verso doze ele usa dois objetos para descrever a consequência: o trigo (b. Espírito Santo) é recolhido no celeiro e a palha (b. fogo) jogada no fogo, não podemos dar outro significado aqui ao fogo senão ao fogo do juízo. Dizer que o fogo é um fogo bom, purificador é um erro grotesco. Eu nunca vi palha ser purificada por fogo. Se jogarmos palha no fogo ela simplesmente desaparecerá.</div>
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Agora que desmistificamos os relatos do livro de Atos acerca das experiências com línguas, vamos para a norma, que é onde esse tema deveria ser tratado.</div>
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Em 1 Co 12,14 Paulo trata acerca dos dons espirituais. Pelo teor da carta, subentende-se que os irmãos de Corinto estavam dando um valor muito grande ao dom de línguas, pois há muitas menções ao dom de línguas entre os capítulos doze até o quatorze.</div>
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Eu quero chamar a atenção para a seguinte questão: ao dizer que (1) há dois batismos distintos e (2) que a única evidência de que o crente foi "batizado com o Espírito Santo", os irmãos estão inconscientemente afirmando que para eu receber qualquer outro dom (palavra de sabedoria, palavra do conhecimento, profecia) eu teria que obrigatoriamente falar em línguas, caso contrário eu não tenho como provar que fui "batizado". E isso é um absurdo, uma vez que os dons são para a edificação da igreja (1 co 14:4) e também serve para testemunhar a presença de Deus (1 co 14:25). Ou seja, só quem pode contribuir com a obra é quem tiver sido "batizado com o Espírito Santo"? </div>
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Vamos para o versículo mais óbvio que faz cair por terra essa tese de que a única evidência de que o Espírito Santo habita em nós é o falar em línguas, uma vez que não creio que haja dois batismos. Paulo diz "em um só Espírito, todos nós fomos batizados [...] E a todos nós foi dado beber de um só Espírito." Como que eu posso afirmar que só foi batizado quem fala em línguas se Paulo afirma que nem todos falam em línguas "São todos mestres? Ou, operadores de milagres? Tê todos os dons de curar? Falam todos em outras línguas?" (v. 30). Paulo aqui está usando de um recurso literário, uma pergunta retórica, a qual ele já tem a resposta. Se para você não está claro o suficiente, Paulo ainda diz "Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas" (1 co 14:5). Qualquer um que entenda um pouco de semântica vai concordar de que o "quisera" indica um desejo não realizado. Eu queria [quisera] ser rico. Ora se eu gostaria de ser rico, é sinal de que eu não o sou.</div>
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Eu até há pouco tempo não entendia o motivo dessa supervalorização do falar em línguas, pois acham que é um sinal de que é cheio do Espírito Santo, mas lendo as escrituras atentamente, pude notar de que isso não pode ser considerado como tal. Tanto é que Paulo diz que quem "profetiza é superior ao que fala em outras línguas" (v. 5). Então irmãos, vamos buscar os melhores dons, porque quem fala em línguas edifica a si mesmo mas o profeta edifica a igreja! (v. 3).<br />
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Para fechar esse debate sobre o livro de Atos, já que Atos é tido por alguns irmãos como uma normativa, por que então não vemos o apóstolo Paulo falando em línguas ao ser cheio do Espírito Santo? Só lemos que após ser batizado ele foi cheio do Espírito Santo. (At 9:17). A desculpa é que ele fala na carta aos coríntios que ele fala muitas línguas (1 co 14:18) apesar de achar que ele está falando e línguas humanas [Paulo era de Tarso, estudou em Jerusalém, que na época a língua era o Aramaico e ele teve que aprender Hebraico por causa da Tanak].<br />
<br />
Vamos à questão: Atos narrativa <b>descritiva </b>ou <b>normativa</b>?<br />
Para saber qual a diferença, dá uma pesquisada no Google, estou com preguiça de escrever sobre isso. Na internet podemos encontrar vários estudos a esse respeito, eu vou colocar algumas questões que encontramos no livro de Atos e que não vejo a aplicação das nos dias de hoje. Não estou dizendo que algumas lições do livro de Atos não sirvam para nós nos dias de hoje, não é isso, o que digo é que assim como a traição de Davi descrita num livro histórico não serve de exemplo para justificar uma traição, assim também deve ser com a abordagem ao livro de Atos.<br />
<br />
1. Em Atos 5 lemos o triste relato de Ananias e Safira que por terem mentido ao Espírito Santo foram mortos. Primeiro acontece com Ananias (v. 3), após ser confrontado por Pedro Ananias cai morto (v. 4) e três horas mais tarde (v. 7) chega Safira, esposa do já finado Ananias e ela também mente e por este motivo cai morta (v. 10), temos dois casos de uma punição grave por um pecado que parece ser tão comum; mentira (Ef. 4:25). Você já ouviu algum testemunho de algum irmão que foi morto pelo Espírito Santo por ter mentido? Eu não.<br />
<br />
2. Temos lido muitos relatos de irmãos sendo cruelmente assassinados por pregarem o evangelho em Países onde a perseguição ao cristianismo é ferrenha. Em Atos 5:18-19 após terem sidos presos, um anjo do Senhor abre as portas do cárcere e liberta os apóstolos. Eles estavam somente presos e foram soltos por um anjo, porque não vemos esses anjos em ação protegendo os irmãos em perigo nas condições que citei no início do parágrafo?<br />
<br />
3. Quando vamos pra igreja, aceitamos Jesus o batismo nas águas não é imediato, em algumas igrejas os novos convertidos passam por um discipulado, fazem cursos e por aí vai, em Atos 8 Felipe batiza o eunuco logo após pregar o evangelho pra ele, e o eunuco pedir pra ser batizado, devemos fazer assim nos dias de hoje?<br />
<br />
4. O que dizer de Atos 12:23 quando um anjo do Senhor feriu Herodes por não haver dado Glória a Deus? Será se hoje podemos esperar isso nos dias de hoje?<br />
<br />
5. Já ia esquecendo, quando Judas morreu e decidiram substitui-lo, eles lançaram sortes para escolherem Matias, seria esse um método a ser usado para escolher obreiros para a casa do Senhor? (At 1:26)<br />
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Por último, vale ressaltar que eu creio na continuidade dos dons espirituais. Não posso negar pois o Senhor já me proporcionou experiências sobrenaturais que eu seria um tolo se não cresse. </div>
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<br /></div>
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[1] Sempre que busco alguma informação na internet e entro no site para ler o artigo, há uma grande introdução bem organizada, cheia de detalhes, fatos e dados. Confesso que as vezes é chato.</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-51456635476526176652019-04-08T23:26:00.002-07:002019-04-09T11:05:29.955-07:00Gênesis 26<div style="text-align: justify;">
Aqui temos um déjà-vu, parecido com o relato de Gênesis 12 quando Abraão teve que ir pro Egito por causa de uma grande fome em Canaã. Então houve grande fome na terra e Isaque, ao que tudo indica, planeja ir pro Egito, mas o SENHOR aparece para Isaque e o instrui a ficar em Gerar. Isaque repete o mesmo <i>modus operandi </i>do seu pai e ao chegar em Gerar ele diz que Rebeca é sua irmã.</div>
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<br /></div>
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Um belo dia Abimeleque então percebe que Isaque acariciava Rebeca de tal forma que o rei suspeita de que Rebeca de fato não é irmã, mas sim esposa de Isaque. O rei então manda chamar Isaque e o confronta. Após uma conversa, o rei fala ao povo para que não mecham com Rebeca ou Isaque sob pena de morte.</div>
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<br /></div>
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Isaque então fica em paz naquela terra; por pouco tempo. Deus prospera Isaque de tal forma que o rei o expulsa da terra por ele já ser mais poderoso do que o próprio rei. Isaque então vai para o vale de Gerar e segue sua vida. Tempo depois o rei vai ter com Isaque para fazer as pazes. Esaú toma duas mulheres heteias e isso muito amargura seus pais.</div>
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<br /></div>
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<b>Comentários e curiosidades do texto</b></div>
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<b>O medo de Abimeleque</b></div>
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<br /></div>
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No verso 10 lemos "[...] Que é isso que nos fizeste? Facilmente algum do povo teria abusado de tua mulher, e tu, <b>atraído sobre nós grave delito</b>." Vamos voltar até o capítulo 20:3, onde lemos sobre a aparição de Deus no sonho de Abimeleque. No sonho Deus ameaçou o rei (por mais forte que essa palavra possa soar, é exatamente esse o sentido da frase) por causa da mulher de Abraão. Abimeleque reconheceu Deus na vida de Abraão de tal modo que o deixou viver em paz e mais tarde ele disse: "[...] Deus é contigo em tudo que fazes;" (Gn 21:22). Então quando Abimeleque afirma aqui que se acaso algo de ruim tivesse acontecido com Rebeca, certeza algo grave aconteceria com o rei.</div>
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<b>Eseque, Sitna, Reobote</b><br />
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Como já vimos antes, esses nomes têm alguma coisa a ver com a situação, então vamos ver cada um. Primeiro: <b>Eseque</b>. Lemos deram o nome do poço porque "[...] contenderam com ele." (v. 20), a palavra, ou verbo, contender em Hb. é עָשַׂק (asaq) e o nome do poço é עֵ֔שֶׂק (eseq), mesma "grafia", o que muda é a pronúncia, marcada pelos nikkud que são esses pontinhos em cima e embaixo de cada letra. O nome do poço é Contenda, porque contenderam com eles [servos de Isaque].<br />
<b>Sitna</b>: "[...] recebeu o nome de <b>Sitna</b>." Diferente do anterior, esse aqui é um pouco diferente, pois a palavra שִׂטְנָה (sitnah) não rima com "contenda" ou "reeb" que é a transliteração da palavra Hebraica רִיב que também quer dizer contender.<br />
<b>Reobote</b>: Reobote רְחֹבוֹת (rechoboth) de acordo com Strong's quer dizer "lugares amplos" e tem sua raíz no verbo רָחַב (rachab) que quer dizer "ir ou alargar".</div>
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<br />
<b>Amargura por causa de Esaú</b><br />
<br />
No verso 34 lemos que Esaú tomou por esposa duas mulheres heteias e isso muito amargurou seus pais. Em Gênesis 24 nós lemos que Abraão ao pedir para seu servo encontrar uma esposa para seu filho Isaque, ele deu clara instruções para que não fosse nenhuma mulher dentre os cananeus, mas que fosse de sua parentela. Alguns comentaristas¹ ligam esse fato ao comando de Abraão ao seu servo (Gn 24:3), pois como vamos ver mais na frente, Jacó casou-se com uma [na verdade duas] dentre sua parentela [sobrinhas de sua mãe].<br />
<br />
¹Cf. Benson, Ellicott</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-63482757258859859132019-04-06T21:12:00.000-07:002019-04-08T12:24:39.729-07:00Gênesis 25<div style="text-align: justify;">
O relato do capítulo 25 é um desdobramento dos últimos capítulos, uma vez que Sara morreu (cap. 23) Abraão solteiro desposa outra mulher, Quetura e teve seis filhos com ela, dentre eles Midiã. Também lemos o relato da morte de Abraão, dos descendentes de Ismael de a história do nascimento de Esaú e Jacó.<br />
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<b>Curiosidades e comentários</b></div>
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<br /></div>
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Como já falei antes, sempre que há registros genealógicos, alguma coisa podemos extrair dele. Dos filhos de Quetura, no geral, encontramos comentários sobre Suá, Zinrã e Midiã, mas dentre todos o único que temos muitos relatos em outras partes da bíblia é Midiã, por isso não escreverei nada sobre os outros dois.</div>
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Em Juízes (Jz 6:3;6-7) lemos que os Israelitas estavam sofrendo muito por causa dos midianitas. E temos vários outros relatos sobre os midianitas (Gn 36:35, Ex 2:15,16;3:1) .</div>
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<br /></div>
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<b>Descendentes de Ismael</b></div>
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Aqui também temos a genealogia dos filhos de Ismael.Também não é à toa. Lemos que Esaú desposou de duas das filhas de Nebaiote (Gn 28:9; 36:3). Isaías fala de Quedar (Is 60:7). Jeremias fala de Tema (Jr 25:23). </div>
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Respondeu-lhe o SENHOR: Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: [...]" As duas nações ao que essa porção do texto se refere são: Israel [dos filhos de Jacó] e Edom [dos filhos de Esaú]. "[...] um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço." que se cumpriu porque os edomitas serviram aos israelitas por muitos anos. Em 2 Rs 3 lemos que quando Jorão chamou Josafá para auxiliá-lo na guerra contra Moab, sabemos que Edom já servia a Josafá (de Judá).</div>
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<br /></div>
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<b>Esaú</b>: foi o primogênito, o primeiro a nascer e como ele era peludo como lemos no verso 25 lhe puseram o nome de Esaú. O nome Esaú em Hb. é עֵשָׂו (esaw) e a palavra usada para "peludo" é שֵׂעָר (syawr), notem que a palavra Hebraica שֵׂ (shin) e עָ (tzade) são comum aos dois nomes. Há diversos estudos sobre a origem dos nomes tanto de Esaú quanto de Jacó. Por exemplo, Jacó em Hebraico é יַעֲקֹב (yaaqob), não há som de Jota (j) em Hebraico, nas traduções para o Latin e consequentemente Inglês e línguas com origem no Latin é que se adicionaram o Jota (j). Exemplos: Yahweh traduzido como Jávé, Yossef tradudizo como José, Yaaqov traduzido como Jacó, Yeshoshua como Josué. Só lembrando que no Grego as palavras que no Hebraico começam com Y em Grego ficou I, Yaaqov ficou Iacobus, Yehoshua ficou Iesous (tanto Josué quanto Jesus).</div>
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<b>Jacó</b>: יַעֲקֹב (yaaqob) e calcanhar é עָקֵב (aqeb). Houve somente a adição do Yod (יַ) e os <i>nikkud</i> que sao os pontos e sinais que diferenciam a pronúncia. Então o nome de Jacó é uma referência ao ato de Jacó ter segurado o calcanhar de Esaú (o cabeludo).<br />
<br />
<b>Por que Isaque gostava de Esaú?</b><br />
<br />
A resposta textual, ou seja, se formos aplicar somente técnicas interpretativas (indutiva) vemos que a resposta está no próprio texto, pois "Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça [Esaú era um bom caçador, cf. v. 27]; Rebeca, porém, amava a Jacó." (V. 28). Nesse texto não temos o motivo do amor de Rebeca por Jacó, mas alguns comentaristas¹ afirma que é por causa do oráculo de Deus que disse "[...] o mais velho servirá ao mais moço." (v. 23), ou seja, Jacó seria maior do que Esaú (o mais velho), e, portanto, por isso que Rebeca gostava de Jacó.<br />
<br />
Uma explicação um tanto criativa sobre o amor de Isaque por Esaú feita por <a href="http://rabbisacks.org/covenant-conversation-5771-toldot-why-did-isaac-love-esau/" target="_blank">Rashi</a> é que Esaú "prendeu" Isaque pela boca. Como assim? No texto lemos "[...] porque [Isaque] se saboreava de sua caça [...]" (v. 28). Em Hb. é ki tzayid befiv (porque/por causa da caça que [ele] comia). O Rabino nessa explicação dá a entender que a palavra "tzayid" que significa caça também indica uma ação: pegar ou prender um animal com uma armadilha. Daí vem a noção de que ele [Esaú] prendeu seu pai pela boca, por causa do fruto de suas caçadas.<br />
<br />
<b>Primogenitura</b><br />
<br />
Jacó age de forma ardilosa para conseguir o direito a primogenitura (o primogênito tinha algumas regalias exclusivas). Alguns acreditam que Rebeca havia contado a Jacó o que Deus lhe dissera a respeito do que aconteceria com o filho mais novo, então Jacó achou por bem tomar os planos de Deus nas suas mãos.<br />
O primogênito tinha algumas vantagens, como por exemplo: porção dupla (Dt 21:17), autoridade sobre seus irmãos (Gn 27:29,37). Não é à toa que Jacó quis esse direito.<br />
Mas voltando ao plano de Jacó, a bíblia nos ensina em outro momento a esperar no tempo de Deus (que certamente foi o que Jacó não fez, pois Deus não aprovaria da maneira em que ele se comportou nesse caso). Jeroboão (1 Rs 18-12) foi escolhido para reinar sobre as tribos de Israel após a morte de Salomão. O profeta deixou claro que a profecia se cumpriria após a morte de Salomão, porém Jeroboão achou por bem tentar tomar o trono por conta, resultado: Salomão tentou matá-lo e ele teve que fugir pro Egito e só voltou após a morte de Salomão. Mas a profecia se cumpriu e Jeroboão foi ungido rei sobre as dez tribos de Israel pois a palavra de Deus nunca volta vazia (Is 55:11).<br />
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¹Matthew Poole</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-36371464832235725242019-04-01T21:37:00.002-07:002019-04-02T22:31:44.155-07:00Gênesis 24<div style="text-align: justify;">
No capítulo anterior nós aprendemos sobre a história da morte de Sara e algumas curiosidades acerca do texto e esse capítulo fala da história do casamento de Isaque e Rebeca. O capítulo é um pouco extenso, são 67 versículos, então eu vou resumir de forma bem breve a história e partiremos para os comentários.</div>
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Abraão já velho preocupado com seu legado, pede para o seu servo mais antigo ir buscar uma esposa para seu filho Isaque. Abraão pede ao servo que busca uma mulher dentre sua parentela, e lhe exorta a não pegar uma mulher da terra em que eles habitam. O servo faz um juramento, pega camelos e bens e vai para a terra de Naor.</div>
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<br /></div>
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O servo ao chegar na cidade, numa fonte de onde os povos da cidade vêm tirar água, pede para Deus um sinal de quem haverá de ser a mulher que ele levará para o filho do seu servo. Tudo acontece como ele pede para Deus, ele vai para a casa da família de Rebeca, conta a que veio e tudo o que aconteceu, pede o consentimento da família de Rebeca e no outro dia parte de volta para casa de Abraão. Quando eles já estão próximos de chegar dão de encontro com Isaque que tinha saído para meditar. Isaque toma Rebeca como sua esposa.</div>
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<br /></div>
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<b>Curiosidades e comentários do texto</b></div>
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<b><br /></b></div>
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Juro em nome dos seus testículos. Por mais estranha que essa frase possa parecer, há quem diga que essa frase quer dizer justamente isso, que Abraão pediu para que o seu servo colocasse a mão nos seus testículos. No verso 2 onde lemos "[...] põe a mão por baixo da minha coxa." A palavra para coxa יָרֵךְ (yarek) também é traduzida como lombo ou quadril (Gn 46:26; Ex 1:5). Eu confesso que tenho certa dificuldade de acreditar que aqui o texto está falando das partes íntimas de Abraão. Vemos a palavra sendo usada para falar do quadril, que é a região do nosso corpo que acomoda as partes íntimas, tanto do home quanto a mulher, em duas ocasiões conforme já mencionei acima. Mas fica aí a dúvida.<br />
<br />
<b>Verso 10</b> "Tomou o servo dez dos camelos [...] levando consigo de todos os bens dele [...] pariu [...] para a cidade de Naor." Não leia "todos" os bens de forma literal aqui, até porque Abraão tinha muitos bens (Gn 13:2), dentre os bens, gado, então não tinha como levar tudo, e o fato de no texto está escrito "dez dos", o "dos" infere que foram escolhidos de um montante, ou seja, não todos, mas sim dentre os camelos [bens]. Tal comitiva servia para carregar alimentos o suficiente para a ida e volta e também levar presentes(v. 22;53).<br />
Partiu para terra de Naor. Lembra que lemos um relato sobre Naor em gênesis 22? O autor introduziu naquele capitulo essa informação de forma que não restasse dúvida de como Abraão soube acerca do paradeiro seus parentes.<br />
<br />
<b>O encontro com Rebeca</b><br />
<br />
Resumirei com essas palavras. O servo de Abraão pediu um sinal para Deus, de quem viria a ser a sua futura esposa, lembremos de que Abraão lhe pedira para que esta fosse de sua parentela. Então ao avistar uma moça o servo lhe pediu água, ela então baixando o balde [acredito que estivesse em sua cabeça] lhe deu de beber, então quando ele acabou de beber ela disse pra ele que ela também daria de beber aos camelos, que foi justamente o sinal que ele pedira a Deus. Ele então segue observando e pensando consigo mesmo os sinais de que ela havia realizado, perguntou o nome dela, para saber se realmente seria ela a escolhida, pois além de realizar os sinais pedidos tinha que ser da parentela de Abraão (v. 4), então então responde que é filha de Betuel, filho de Mica, esposa de Naor, ou seja, Rebeca é neta do irmão de Abraão. Perfeito, ela é a escolhida.</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-91901819657097115912019-03-30T22:45:00.001-07:002019-03-30T22:45:48.819-07:00Gênesis 23<div style="text-align: justify;">
No capítulo anterior nós lemos sobre à prova de Abraão, e que prova! E nesse capítulo vamos aprender sobre a morte de sua esposa, Sara.</div>
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<br /></div>
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Sara morre e Abraão vai em busca e um lugar para sepultar sua falecida esposa. Embora Deus tenha prometido dar toda essa terra a descendência de Abraão, ainda não é chegado o tempo da posse da terra e como Abraão nos conta no verso 4, ele é um estrangeiro o que significa que ele não tem posse alguma. Abraão então vai em busca de um local para sepultá-la e os habitantes da cidade rogam-lhe para que escolha a melhor sepultura que lhe seria concedida, Abraão porém está de olho em um local específico e pede para os homens intercederem junto ao dono, Efrom filho de Zoar. Efrom que ouviu toda a conversa ofereceu a terra como um presente para Abraão, este então pede para que seja cobrado o valor de mercado, ele está disposto a pagar, então os dois entram em acordo, Abraão consegue os direitos a terra e sepulta a sua falecida esposa.</div>
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<br /></div>
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<b>Comentários e curiosidades do texto</b></div>
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<br /></div>
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Verso 2 lemos "[...] veio Abraão lamentar Sara e chorar por ela." Pelo fato de ele ter "vindo" e o verso anterior mencionado o nome de uma cidade/localidade dá a entender que Abraão não estava em Quiriate-Arba, ver <i>Ellicott</i> e <i>Aben Ezra</i>. Para mim faz todo sentido, mas não é consenso entre os comentaristas [<i>Jamieson-Fausset-Brown </i>por exemplo diz que Abraão estava em sua tenda], mas eu creio que de fato Abraão não estava no local [cidade], caso contrário não havia necessidade de o autor ter mencionado os pontos que mencionei no início do parágrafo.</div>
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<br /></div>
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<b>Por que Abraão não aceitou o presente de Efrom e quis pagar pela terra?</b></div>
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<br /></div>
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Antes de tentar entender todo o texto eu dei uma pesquisada e encontrei várias respostas, fiquei insatisfeito e decidi reler o texto com carinho e o que eu percebi foi algo muito estranho, pois no meu entendimento do texto Efrom não tinha intenção alguma de dar a terra para Abraão [como alguns comentaristas afirmam e em alguns artigos também], e se tivesse, de fato ele esperaria algo em retorno uma vez que no verso 11 Efrom diz "[...] dou-te o campo e também a caverna [...]" mas quando Abraão se oferece para pagar o valor de mercado Efrom diz "Meu senhor, ouve-me: um terreno que vale quatrocentos siclos de prata, que é isso entre mim e ti? Sepulta ali a tua morta." (V. 15 ARA). Se ele queria dar a terra, por que mencionou o valor? E quando Abraão se dispôs a entregar-lhe o dinheiro, não vemos relato algum de uma discussão do tipo "que é isso, somos amigos, não quero seu dinheiro."</div>
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<br /></div>
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O que os comentaristas dizem? Não há um consenso, todas as interpretações aqui, na minha opinião, são todas especulativas [inclusive a minha!]. <i>Cabridge Bigle for</i> [...] diz que Efrom era pobre, não temos como saber isso, pobre com terra? <i>Matthew Poole </i>diz que Efrom era rico [acho mais provável], <i>Benson</i> escreve que era um costume oferecer um presente e já esperar algum tipo de recompensa. <i>Gill's Exposition</i> escreve assim, numa tradução livre, "o terreno vale 400 siclos se é o que você quer saber, mas o que é isso para dois amigos, ambos somos ricos e se quiser pode ficar com o terreno para você." Já Matthew Henry escreve que a compra era significativa para Abraão, pois aquela terra iria um dia ser de sua descendência e a compra desse pedaço de terra era significativa para ele. Mas como falei anteriormente, aqui são teorias meramente especulativas, levando em consideração todas essas análises de consagrados exegetas e comentaristas, eu prefiro minha teoria de que Efrom não queria dar o terreno, ele estava mesmo disposto a vendê-la e Abraão a comprá-la pois este era rico e não precisava de presentes. Lembremos que ele não aceitou os despojos do rei de Sodoma (Gn 14:22-23).</div>
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<br /></div>
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<b>Enterro em cavernas</b></div>
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<br /></div>
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Parece-me, através da leitura de várias passagens, que a prática de enterrar um corpo em uma caverna era uma prática bastante comum dos dias de Abraão até os dias de Jesus. Por que dos dias de Abraão? Porque curiosamente o capítulo 23 é onde temos o primeiro relato de um enterro. Em gênesis 15 Deus fala para Abraão que ele iria descansar em paz [primeiro uso da palavra קָבַר (qabar) enterrar], e aqui damos de encontro com o enterro de sara. Vários outros personagens bíblicos morreram antes de Abraão [que afirmação mais óbvia!] porém não temos relato de como se deu o enterro e aqui aprendemos que Abraão queria uma caverna. Essa caverna também serviu de local de enterro para o próprio Abraão (Gn 25:9), Jacó (Gn 50:13) e até o nosso Senhor Jesus também fora enterrado em uma caverna (Mt 27:60).</div>
Viniciushttp://www.blogger.com/profile/10870286721863143282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4095369925266383534.post-56584288221245818522019-03-30T16:13:00.001-07:002019-03-30T16:13:05.646-07:00Deus mandou Abraão matar Isaque?<div style="margin: 0px; text-align: justify;">
Conforme eu falei no meu esboço de estudo de gênesis 22, minha dificuldade inicial foi tentar entender o comando de Deus para que Abraão oferecesse seu único filho como holocausto. Como eu falei, essa era uma dificuldade inicial, mas após uma extensa pesquisa e releitura de um livro apologético muito rico no que tange às difíceis questões morais acerca de certos "atos" de Deus no antigo testamento¹, e após uma simples releitura do primeiro verso do capítulo 22, a ficha caiu. Lemos: "Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à <span style="font-weight: bold;">prova</span> [...]". Não preciso mais de explicações para responder à questões do tipo "Como Deus ordenou o sacrifício de uma criança sendo que ele mesmo condena esse tipo de sacrifício como está escrito em Levítico 22:2-5?", a resposta, pelo menos para mim, é muito simples: Deus não ordenou o sacrifício, pois no próprio texto diz que Deus pôs Abraão à prova. Deus nunca teve a intenção de consentir que Abraão levasse a cabo à ordem. No verso 11 lemos "[...] Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças [...]", para mim está claríssimo que a intenção de Deus era somente por a prova a lealdade de Abraão. Esse é o primeiro ponto. </div>
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<br /></div>
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O segundo ponto é em relação ao fato de Abraão ter obedecido à voz de Deus. Uma vez um amigo meu, que sabia que eu era agiota, mesmo sabendo que eu tinha me convertido me confessou que tinha medo que algum dia eu matasse ele [pela dívida ainda não paga] e alegasse que foi Deus quem mandou. Eu falei para ele que Deus nunca faria nada parecido, mas você pode argumentar que Deus já fez coisa parecida, mas como eu falei no estudo sobre gênesis 22 e de gênesis 15, em todo relato bíblico devemos considerar o contexto histórico-cultural, ou seja, se naquela época sacrificar animais, vingar a morte de alguém com morte (Gn 9:6), ou famoso olho por olho, era normal para o padrão da época, devemos levar isso em consideração. Hoje não é simples assim, você não pode matar o assassino do seu irmão, tio, ou amigo, isso fica a cargo da justiça, se você fizer justiça com as próprias mãos, você tanto será reprovado perante a sociedade como também enfrentará a justiça pelo seu ato.</div>
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Para Abraão obedecer a voz de Deus, com certeza ele já deve ter ouvido estórias de algum sacrifício assim, esse é o ponto histórico-cultural. Agora o ponto central aqui é de que Abraão tinha a certeza de que mesmo se ele viesse a levar a cabo o comando de Deus, o SENHOR era poderoso o bastante para trazer seu amado filho à vida (Hb 11:19), essa era a fé de Abraão. Quando Abraão chega próximo ao lugar onde eles deveriam adorar a Deus, ele fala para os rapazes ficarem onde estão que ele e Isaac iriam até o monte adorar e voltariam para junto deles (v. 5). Não podemos inferir aqui nenhuma outra interpretação a não ser a de que Abraão tinha a plena certeza, sem titubear, de que ele voltaria com seu filho. Lembremos que toda escritura é inspirada por Deus (2 Tm 3:16), então quando o autor de Hebreus escreve que Abraão tinha essa certeza, não há margem para dúvidas aqui.</div>
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Essa é, em minha análise, uma interpretação indutiva do texto. Está claro no texto que Deus tinha somente a intenção de testar Abraão. Agora vem uma questão teológica, de que essa cena é uma sombra do sacrifício de Cristo, o único filho de Deus (Jo. 3:16).</div>
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Vejamos as semelhanças: Deus fala "[...] toma teu filho, teu único filho Isaque, a quem amas [...] e oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes [...]" e comparemos com João 3:16 " [...] deu o seu Filho, unigênito [único]", aqui vemos que ele é o unigênito "[...] meu Filho amado [...]" (Lc 3:21) que morreu no "[...] Calvário [...]" (Jo 19:17). As semelhanças, filho único, amado e que que era pra ser oferecido em sacrifício em um monte, Moriá no caso de Isaque e Calvário no caso de Jesus, Deus não permitiu que Abraão fosse até o fim, mas ele Deus foi até o fim oferecendo seu único filho por amor a nós.</div>
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¹Is God a moral Monster?, Copan, 2011.</div>
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